O comentarista José Eduardo Cardozo e o empresário ex-deputado federal Alexis Fonteyne discutiram, nesta segunda-feira (1º), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h), sobre quem terá que ceder no atrito entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Davi Alcolumbre (União-AP).
Lula sinalizou a ministros que não pretende fazer qualquer movimento de procurar o presidente do Senado antes do senador diminuir as críticas sobre a indicação de Jorge Messias para o STF (Supremo Tribunal Federal).
Cardozo entende que não é o caso de nenhum dos dois cederem.
“Eles tem que buscar entendimento. Eu acho que é absolutamente legítimo que um presidente da República indique o nome para o Supremo Tribunal Federal. […] E cabe ao Senado, ao meu ver, não impor um nome, mas avaliar se aquele nome que foi indicado pelo presidente tem condições efetivas de ocupar o posto na Suprema Corte”, disse.
“O Senado, neste momento, tem que ter alguma sensibilidade para que nós possamos ter um diálogo que seja bom para o Brasil e para a perspectiva democrática do Estado de Direito”, continuou.
Fonteyne avalia que Alcolumbre está com a vantagem.
“Eu acho que o Alcolumbre vai ficar até muito quieto, porque o tempo está a favor dele. O Lula está jogando mais ou menos igual ao que foi a sua negociação com Trump: ‘eu não vou falar com ele, deixa ele falar comigo’. Mas, nesse caso, o tempo não está a favor do Lula, está a favor do Alcolumbre e o Alcolumbre está muito irritado”, defendeu.
“Portanto, eu tenho a impressão que vai ser uma pessoa [Messias] que não vai ser aprovada pelo Senado e é função do Senado aprovar. O Senado não tem que simplesmente acatar a todas as decisões”, prosseguiu.