Von der Leyen à CNN: Estou confiante com acordo UE-Mercosul em dezembro

Em entrevista exclusiva à CNN Brasil, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse estar “muito confiante” com a assinatura do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul em dezembro deste ano.

“Estou confiante, estamos trabalhando para atingir esse objetivo. Seria fantástico mandar essa mensagem para o mundo, de que um acordo de livre comércio baseado em regras é possível, criando o maior mercado de 700 milhões de pessoas, consumidores de produtos de países que pensam de maneira similar”, falou a líder da UE em entrevista à CNN Brasil durante a Cúpula de Líderes, que ocorre dias antes da COP30 em Belém, no Pará.

“Ainda precisamos trabalhar com aqueles que tem preocupações, mas estou muito confiante que conseguiremos”, acrescentou.

Ao ser questionada sobre críticas do que setores brasileiros classificam como “protecionismo verde” por parte do bloco europeu, Von der Leyen disse que a competição é boa, mas precisa ser justa.

“Se compreendermos que falamos de criar condições de concorrência equitativas, poderemos avançar na direção certa. Porque todos gostamos de concorrência. Concorrência é bom, melhora a qualidade, e baixa os preços. Tudo isso é bom, mas tem que ser justo. Tem que haver condições equitativas para ambos os lados”, acrescentou.

O acordo UE-Mercosul

O Mercosul eliminará os tributos sobre 91% das exportações da UE, inclusive para automóveis, dos atuais 35% ao longo de um período de 15 anos. Enquanto a UE eliminará progressivamente os tributos sobre 92% das exportações do Mercosul em um período de até 10 anos.

O Mercosul também eliminará o imposto sobre produtos agrícolas da UE, como os 17% sobre vinhos e 20-35% sobre bebidas alcoólicas.

Para certos produtos agrícolas, a UE oferecerá cotas maiores, incluindo 99 mil toneladas métricas a mais de carne bovina, enquanto o Mercosul dará à UE uma cota de 30 mil toneladas de queijos isenta de impostos.

Há também cotas da UE para aves, suínos, açúcar, etanol, arroz, mel e milho e para o Mercosul para leite em pó e fórmulas infantis.

Além disso, o acordo reconhece 350 indicações geográficas para evitar a imitação de determinados alimentos tradicionais da UE, como o queijo Parmigiano Reggiano.

Confira também os argumentos a favor e contra o acordo comercial.

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