Uma discussão generalizada durante o depoimento de uma das testemunhas do caso Leandro Lo terminou em troca de ofensas entre a defesa do PM Henrique Velozo, acusado de matar o octacampeão mundial de jiu-jitsu, e membros do Ministério Público, além de amigos do atleta que acompanhavam a sessão.
Segundo o advogado Mauro Ribas, integrante da defesa do tenente, a confusão começou após o depoimento de Pedro, amigo de Lo e presente no dia do crime. Um representante do Ministério Público teria dirigido a expressão “fiscais da lei” aos advogados, o que deu início ao desentendimento.
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Ribas afirma que rebateu a provocação mencionando supostas falhas do órgão, inclusive críticas ao comportamento de Leandro Lo por consumir bebida alcoólica e se envolver em agressões em festas.
A partir daí, segundo o advogado, “os ânimos se acaloraram”, levando a juíza a suspender a audiência e mandar esvaziar o plenário.
Veja trecho da briga:
A oitiva da testemunha foi retomada cerca de uma hora após o tumulto.
A CNN Brasil entrou em contato com o Ministério Público sobre o ocorrido e aguarda retorno.
Absolvição pelo júri
O ex-tenente da PM Henrique Otavio Oliveira Velozo, acusado pelo homicídio do lutador Leandro Lo, foi absolvido pelo júri nesta sexta-feira (14). O Conselho de Sentença entendeu que o militar agiu em legitíma defesa.
Leandro Lô Pereira do Nascimento morreu após ser baleado na cabeça em um show na Zona Sul de São Paulo, na madrugada do dia 7 de agosto de 2022, no Esporte Clube Sírio.
A defesa do réu alegou, desde o início da ação penal, que o policial se defendeu do lutador e apontou contradições nos relatos das testemunhas, o que contribuiu para a decisão do júri.
Fátima Lo, mãe do campeão mundial de jiu-jitsu Leandro Lo, usou as redes sociais para repudiar a decisão.
“Ontem eu enterrei o Leandro pela segunda vez. Esse é o meu sentimento. O sentimento da gente, porque foi uma tristeza tão grande. A gente foi tão humilhado lá, tão massacrado pela defesa lá, aquele advogado e a bancada dele. Eles o tempo todo provocavam a gente, humilhavam, né? E a gente não podia falar nada. Não podia se manifestar, né? Eu passei mal”, afirmou.
Fátima Lo também acusa a defesa de mentir diante do tribunal e afirma que eles “inventaram história” para garantir a impunidade do policial. A família afirma que vai recorrer da decisão.
*Sob supervisão de Carolina Figueiredo