“O Filho de Mil Homens”, primeira adaptação de um livro de Valter Hugo Mãe, chegou ao catálogo da Netflix na quarta-feira (19). No longa, o público acompanha a história de Crisóstomo, interpretado por Rodrigo Santoro, um pescador solidário que, aos 40 anos, sonha em ser pai e sofre com o vazio da ausência de um filho.
Na busca por um relacionamento saudável, verdadeiro e profundo, ele encontra Camilo, personagem de Miguel Martines, um menino órfão, e decide criá-lo, construindo, então, uma família atípica e singular.
Gravado entre Búzios, no litoral do Rio de Janeiro, e em cidades do interior da Bahia, na Chapada Diamantina, o longa explora a beleza e a complexidade das relações humanas, abordando temas como aceitação e construção de novos laços familiares.
A produção ainda conta com nomes como Johnny Massaro, Rebeca Jamir, Juliana Caldas, Grace Passô, Inez Viana, Lívia Silva, Antonio Haddad, Marcello Escorel, Tuna Dwek e Carlos Francisco.
Por dentro dos figurinos simbólicos de “O Filho de Mil Homens”
À CNN, a figurinista Manuela Mello conta ter sido desafiador criar o figurino de um filme sem tempo e espaço determinado. “A gente desaprendeu um pouco dessas amarras de um filme que, se é de praia, é com pouca roupa, não se usa casaco. Fomos quebrando um pouco esses paradigmas e encontrando o nosso lugar”.
No filme, cada personagem tem um universo de referências e uma paleta de cores própria. De forma geral, os tons são rebaixados e a paleta de cores é esmaecida “para comunicar uma certa melancolia, essa tristeza, essa dureza”, diz.

Manuela explica ainda que a história de parentalidade entre Matilde, Antonino e Mininha foi muito interessante de se contar por meio das roupas. Para o figurino de Matilde, considerada uma grandíssima representante da vila, mulher religiosa e preconceituosa, foram adotados tricô, crochê e bordados.
A equipe também preparou alguns símbolos relacionados à maternidade para serem usados, como um pingente com um bonequinho de menino, “um clássico de mãe”, além de um dente de leite no colar e um anel com a foto do marido. O bonequinho mostra a projeção de um menino como ela havia imaginado.
“São detalhes, nem todo mundo percebe, mas são importantes, essas pequenas coisas crescem o todo”, acrescenta Manuela.
Em um primeiro momento da trama, Antonino usa listras horizontais, algo geralmente infantil. “Ele se veste de um jeito por ela, até que Antonino vai embora.”
Matilde está sempre de gola rolê, assim como ele. Depois, quando ela encontra a Mininha, uma nova possibilidade de parentalidade, ela a veste de gola rolê também, conclui Manuela.