Vereadora do PT enfrenta processo disciplinar e inquérito civil por suspeita de “RACHADINHA”

A Comissão de Ética da Câmara Municipal de Cuiabá anunciou a aceitação do pedido de investigação relacionado à alegada prática de “RACHADINHA” no gabinete da vereadora Edna Luzia Almeida Sampaio, filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Este desdobramento resultou na abertura de um processo disciplinar na Casa de Leis, solicitado pelo vereador Luis Claudio (PP).

A denúncia veio à tona após a divulgação de informações, por parte de um site local, que apontavam para a suspeita de “RACHADINHA” envolvendo a ex-chefe de gabinete da vereadora, Laura Natasha Abreu. Alegadamente, os recursos provinham da Verba Indenizatória (VI) e teriam sido desviados gradualmente.

Edna Sampaio teria recebido pelo menos R$ 20 mil em transferências feitas pela ex- chefe de gabinete Laura Natasha Oliveira. As mensagens indicam que o dinheiro era referente da Verba Indenizatória (VI) que a servidora tinha direito.

Laura Natasha Oliveira recebia R$ 7 mil em salário e mais R$ 5 mil de Verba Indenizatória (VI). Ela foi demitida no final do ano passado e indenizada em R$ 70 mil, por estar gestante no momento do desligamento. Ainda segundo os comprovantes, as transferências ocorreram nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2022. A cobrança, conforme as trocas de mensagens, eram feitas pelo esposo da parlamentar, Willian Sampaio, que foi ex-presidente estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) no Estado de Mato Grosso.

A Procuradoria da Câmara Municipal de Cuiabá recebeu não menos que 6 pedidos para a apuração dessas alegações no Conselho de Ética, bem como outros pedidos para a abertura de comissões processantes. No entanto, decidiu-se acatar somente o requerimento apresentado pelo vereador progressista Luís Claudio, um dos mais notórios aliados do Prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), na Casa de Leis. É importante destacar que esse procedimento poderá, eventualmente, resultar na cassação do mandato da vereadora Edna Sampaio.

Rodrigo Arruda e Sá, membro do partido Cidadania e relator, que inclusive presidiu a reunião da Comissão de Ética da Casa de Leis, esclareceu que a Comissão seguirá rigorosamente todos os trâmites estabelecidos, respeitando, evidentemente, o direito de defesa da parlamentar petista.

“Conhecemos a vereadora Edna e conduziremos o processo de acordo com as normas vigentes, levando em consideração as evidências e depoimentos apresentados nos autos. Estabeleceremos um cronograma para ouvir todas as partes envolvidas neste processo e, ao final, elaboraremos um relatório abalizado“.

Em sua defesa, a vereadora Edna Sampaio chegou até mesmo a apresentar o modelo de prestação de contas das finanças de seu mandato. Ela detalhou o tipo de demonstrativo que é apresentado a seus 46 co-vereadores, que participam ativamente das deliberações sobre a atividade política de seu mandato durante as assembleias trimestrais do Mandato Coletivo.

A parlamentar também enfatizou que, de acordo com as exigências legais, a prestação de contas relativas às verbas indenizatórias é realizada mediante a apresentação de relatórios de atividades, procedimento que tem sido devidamente cumprido por seu mandato.

Além disso, a vereadora manifestou sua firme oposição à violência política de gênero e reiterou sua determinação em resistir aos ataques à sua honra e à difamação de sua reputação.

“Em nenhum momento pode ser atribuída qualquer ilegalidade à Verba Indenizatória de meu mandato. É de extrema importância que todos tenham conhecimento do que estou enfrentando. Essa é uma nova forma de violência política que busca associar a minha imagem a um comportamento corrupto, envolvendo alegações de ‘RACHADINHA’ e, agora, até a apropriação indevida de recursos do gabinete“.

MPE aprofunda análise de denúncia envolvendo vereadora Edna Sampaio

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE/MT) decidiu converter a denúncia de uso irregular da Verba Indenizatória (VI), que envolvia a vereadora Edna Sampaio (PT), em um inquérito civil. Essa medida visa aprofundar a análise dos materiais de acusação apresentados.

A determinação partiu do promotor de Justiça Mauro Zaque e ocorreu após a apresentação de um extenso material de defesa por parte da parlamentar, que incluía detalhadas prestações de contas, e que até o momento, não existem elementos suficientes que comprovem o uso indevido da VI destinada à ex-chefe de gabinete da vereadora Laura Natasha Oliveira.

Com isso, ainda não há indícios concretos de que Edna Sampaio tenha praticado improbidade administrativa, o que poderia desencadear uma Ação Civil. A expectativa é que o inquérito seja concluído no início do mês de outubro.

O Juiz da 3ª Vara Especializada da Fazenda Pública de Cuiabá, Agamenon Alcântara Moreno Júnior, parcialmente acatou um pedido da vereadora Edna Sampaio (PT). O juiz determinou que a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Cuiabá ouça as quatro testemunhas listadas pela defesa da parlamentar. Essa decisão parcial também revogou a suspensão do processo de cassação, possibilitando assim a retomada do trâmite na Câmara Municipal de Cuiabá.

 

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