Vacina contra HPV foi divisor de águas, diz especialista a dr. Kalil

A vacinação contra o HPV (papilomavírus humano) representa um divisor de águas na prevenção do câncer de colo de útero e outras doenças associadas ao vírus. Durante o programa CNN Sinais Vitais do último sábado (20), foi destacada a importância da imunização na infância e adolescência como estratégia fundamental para evitar milhares de casos de câncer anualmente no Brasil.

De acordo com Renato Kfouri, pediatra infectologista e mestre pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o Brasil registra 17 mil novos casos de câncer de colo de útero e, aproximadamente, 6 mil mortes todos os anos. “Uma tragédia que mudou ou tem mudado agora com o uso da vacina”, afirmou o especialista, explicando que a vacinação representa uma mudança de paradigma na abordagem da doença.

Antes da vacina, a prevenção era secundária, baseada no diagnóstico e no tratamento das lesões pré-malignas. Com a imunização, é possível realizar a prevenção primária, protegendo o indivíduo antes mesmo do contato com o vírus. “Você evita a aquisição do vírus e, consequentemente, todos esses desfechos”, explicou Kfouri.

O especialista recomenda que a vacinação contra o HPV seja realizada, preferencialmente, a partir dos 9 anos de idade. “A melhor resposta à vacina acontece mais cedo. O adolescente tem uma resposta melhor em termos de produção de anticorpos com a vacinação feita aos 9 anos do que aos 14, do que aos 20 e do que aos 25”, destacou Kfouri.

Uma vantagem importante é que crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos de idade necessitam de apenas uma dose da vacina, enquanto pessoas com mais de 20 anos precisam de três doses para obter proteção adequada. “A resposta é tão vigorosa do nosso sistema imunológico que uma dose só resolve”, afirmou o médico.

Segundo Kfouri, a vacinação propiciou uma revolução, com reduções significativas em casos de verrugas genitais e lesões pré-malignas. Além disso, alguns países já esperam, futuramente, eliminar o câncer de colo de útero com a vacina. A estratégia conhecida como “90-70-90” (90% das meninas vacinadas, 70% das mulheres triadas e 90% das mulheres com alterações tratadas) é considerada essencial para alcançar a meta de eliminar esse tipo de câncer nas próximas gerações.

A vacina está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninos e meninas de 9 a 14 anos. Em 2025, o Ministério da Saúde também iniciou uma campanha para jovens menores de 20 anos que perderam a oportunidade de se vacinar anteriormente.

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