Quem nunca usou o celular enquanto estava no banheiro que atire a primeira pedra. A prática, muito comum, até parece inofensiva, mas pode trazer riscos à saúde. De acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira (3), usar um smartphone enquanto está no banheiro aumenta o risco de hemorroida.
As hemorroidas são caracterizadas pela dilatação de vasos na parede da parte inferior do reto e ânus. Geralmente, elas são causadas pelo aumento da pressão na região e estão associadas ao esforço repetido durante as evacuações.
Para realizar o trabalho, publicado na revista PLOS One, os pesquisadores entrevistaram 125 adultos submetidos à colonoscopia de triagem. Eles responderam a perguntas de um questionário online sobre seu estilo de vida e hábitos de higiene, e, em seguida, endoscopistas os avaliaram para hemorroidas.
Entre todos os participantes, 66% relataram usar smartphones no banheiro e tendiam a ser mais jovens do que os não usuários. Os pesquisadores descobriram que aqueles que usavam o celular no banheiro tinham um risco 46% maior de hemorroidas do que os que não usavam. Esse resultado foi obtido após considerar estatisticamente outros fatores possivelmente relacionados ao risco de hemorroidas, como hábitos de exercício, idade e consumo de fibras.
Além disso, o estudo também mostrou que o tempo gasto no banheiro foi significativamente maior entre usuários de smartphone do que entre não usuários; 37% dos usuários de smartphone passaram mais de 5 minutos seguidos no banheiro, em comparação com apenas 7,1% dos não usuários. Ler notícias e usar mídias sociais foram as atividades mais comumente relatadas no banheiro usando smartphone.
Segundo os pesquisadores, o uso de celulares pode prolongar o tempo no banheiro, aumentando potencialmente a pressão nos tecidos anais e aumentando o risco de hemorroidas.
“Ainda estamos descobrindo as muitas maneiras pelas quais os smartphones e nosso estilo de vida moderno impactam nossa saúde. É possível que a forma e o local onde os usamos — como no banheiro, por exemplo — possam ter consequências indesejadas”, explica Trisha Pasricha, autora sênior do estudo, em comunicado.