União Europeia aprova remédio de última geração para tratar Alzheimer

A União Europeia aprovou o uso do Kisunla, um medicamento inovador da farmacêutica Eli Lilly, para tratar pacientes com comprometimento cognitivo leve ou demência leve nos estágios iniciais do Alzheimer.

A autorização foi concedida após uma avaliação científica positiva da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e estabelece critérios rigorosos para o uso do fármaco, devido a seus potenciais riscos.

O Kisunla é baseado na molécula donanemab, que atua no combate ao acúmulo de placas de beta-amiloide no cérebro, uma das principais características da doença de Alzheimer. Ao reduzir essas placas, o medicamento busca retardar a progressão dos sintomas cognitivos e funcionais da doença.

O objetivo principal do tratamento com Kisunla é proporcionar uma desaceleração no avanço do Alzheimer, especialmente nos estágios iniciais, quando ainda é possível preservar parte da autonomia e qualidade de vida do paciente. No entanto, não se trata de uma cura, mas sim de uma forma de conter o avanço da deterioração cerebral.

A aprovação do Kisunla não significa que ele será amplamente distribuído a todos os pacientes com Alzheimer. A Comissão Europeia impôs condições rigorosas para seu uso.

O medicamento será indicado apenas para pacientes nos estágios iniciais da doença e que não apresentem uma mutação genética específica que os torne mais suscetíveis a efeitos colaterais graves.

Entre os principais efeitos adversos relatados, estão edema cerebral (inchaço no cérebro) e sangramentos, que, em casos raros, podem ser fatais. Por isso, a autorização europeia exige medidas de mitigação de riscos, como monitoramento rigoroso dos pacientes e etiquetagem clara do medicamento quanto às suas contraindicações e possíveis complicações.

Apesar de seu potencial inovador, o Kisunla tem sido alvo de debate entre especialistas. Alguns médicos e pesquisadores comemoram os resultados dos ensaios clínicos, que mostraram efeitos até então inéditos no combate à progressão da doença. Após décadas de tentativas frustradas, esse tipo de medicamento representa um avanço.

Por outro lado, há quem questione se o benefício clínico obtido é realmente significativo para os pacientes no dia a dia. Segundo críticos, mesmo que os resultados laboratoriais e estatísticos mostrem uma melhora, o impacto prático pode ser limitado.

O Kisunla segue os passos do Leqembi (lecanemab), da Biogen e Esai, outro medicamento semelhante aprovado pela UE no final de 2024, após também ter sido inicialmente rejeitado. Assim como o Leqembi, o Kisunla foi primeiramente recusado pela EMA, mas acabou sendo autorizado sob condições específicas após nova análise.

Ambos os medicamentos representam uma nova geração de tratamentos que marcam uma mudança no paradigma da abordagem do Alzheimer, centrando-se na intervenção precoce e na modulação dos processos neurodegenerativos antes que o dano cerebral seja irreversível.

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