O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta segunda-feira (29) impor “tarifas substanciais a qualquer país que não fabrique seus móveis nos Estados Unidos”, escreveu ele em uma publicação no Truth Social. “Detalhes a seguir!!!”, acrescentou.
Isso aconteceu depois que ele anunciou na semana passada que uma tarifa de 50% sobre armários de cozinha e móveis de banheiro, bem como uma tarifa de 30% sobre móveis estofados, entraria em vigor no final desta semana.
Não está claro como a mais recente ameaça tarifária de Trump funcionaria; empresas, e não países, fabricam móveis. Normalmente, as taxas setoriais são cobradas uniformemente, independentemente do país de origem.
A postagem de Trump, no entanto, parece sugerir um esquema tarifário que poderia exigir taxas mais altas para países que enviam mais móveis para os Estados Unidos do que outros.
A Casa Branca não respondeu imediatamente ao questionamento da CNN.
O presidente anunciou inicialmente planos no mês passado para impor tarifas mais altas sobre móveis até meados de outubro.
Os preços dos móveis nos Estados Unidos já aumentaram nos últimos meses, com o aumento das tarifas de Trump sobre países como China e Vietnã, as duas principais fontes de importação de móveis.
Ambos os países exportaram US$ 12 bilhões em móveis e utensílios no ano passado, segundo dados do Departamento de Comércio dos EUA.
Os preços de móveis e roupas de cama, uma categoria abrangente monitorada pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), subiram 0,9% em julho e 0,3% em agosto.
Em comparação com agosto de 2024, os preços estão 4,7% mais altos, o maior aumento em três anos. Isso contrasta fortemente com a maior parte dos últimos dois anos e meio, quando os preços estavam em queda.
Trump, em sua postagem na manhã de segunda-feira, disse que seu ímpeto para impor tarifas mais altas sobre móveis era ajudar a Carolina do Norte, que, segundo ele, “perdeu completamente seu negócio de móveis para a China e outros países”.
Os moradores da Carolina do Norte podem desempenhar um papel crucial na determinação de qual partido controla o Senado, com uma cadeira em disputa para a eleição do ano que vem em seu estado, considerada uma grande disputa eleitoral.
Além de móveis, Trump também ameaçou na segunda-feira impor uma tarifa de 100% sobre filmes produzidos no exterio . Na semana passada, ele disse que uma tarifa de 100% sobre medicamentos de marca, com algumas exceções, e uma tarifa de 25% sobre caminhões entrariam em vigor ainda esta semana.
Tudo isso acontece antes de um importante caso na Suprema Corte, que terá início em novembro e que analisará se Trump tinha autoridade legal para impor tarifas específicas a cada país, alegando emergência econômica.
Se o tribunal decidir contra o governo Trump, as empresas poderão ter direito a grandes reembolsos de tarifas.
Ao mesmo tempo, as tarifas setoriais de Trump, que se baseiam em um conjunto separado de leis relativas à segurança nacional, não enfrentam atualmente nenhum desafio legal.
*Em atualização