A segunda edição do The Town chegou ao fim no domingo (14) e reuniu nomes de peso da música mundial, como Katy Perry, Travis Scott, Mariah Carey e Backstreet Boys.
Após uma estreia conturbada, a Rock World promoveu alterações significativas na estrutura do festival na tentativa de oferecer uma experiência melhor ao público que foi ao Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo.
Para entender se o efeito buscado pela produção do evento foi atingido, a CNN ouviu algumas pessoas que estiveram nas duas edições do The Town. O principal tópico levantado foi a mudança do posicionamento do palco The One, que antes ficava próximo ao Skyline e, dessa vez, foi transferido para o lado oposto do Autódromo.
O assistente operacional Adilson Oliveira afirmou que, apesar da aglomeração ter diminuído, a distância tão grande entre os palcos fez o público perder pedaços dos shows.
“Esse ano eles escolheram colorar um distante do outro e isso chega a ser um ponto negativo também, porque a gente precisa caminhar bastante, muito mesmo, para poder chegar. Nisso, a gente acaba perdendo alguns shows”, disse.
Outro tópico levantado pelo público foi a visibilidade do Skyline, principal palco do festival. Localizado logo depois do famoso S do Senna, na saída dos boxes, o palco ficava em um ponto elevado e as pessoas que assistiam aos shows ficavam em patamares cada vez mais baixos conforme se caminhava para o fundo da plateia, o que tornava difícil ver o palco. Além disso, os telões pequenos e as torres brancas usadas para levar o som do palco para o meio e o fundo da plateia também atrapalhavam a visão.
Dessa vez, a única novidade foi o telão maior. Assim, os fãs seguiram sem enxergar o palco, mas podiam assistir aos shows pelas imagens captadas durante as apresentações.
“O telão era muito pequeno e as torres brancas ficavam na frente. Dessa vez os telões estavam maiores”, relatou o operador de caixa Alex dos Santos Silva.
Um ponto positivo levantado pelo público foi a oferta gratuita de água. As pessoas, no entanto, criticaram o fato de o festival não fornecer garrafas como faz o Lollapalooza e entregar somente copos.
“Esse ano está sendo de graça, tem vários pontos, é legal para o pessoal, até porque a última edição estava muito quente. Os banheiros também estão muito melhor sinalizados, estão com maior luz para o pessoal conseguir achar. E as filas do festival também estão parecendo menores”, declarou a estudante Ana Luisa Batistella Pereira.
A entrada do festival, por outro lado, não foi tranquila para todos. O estudante Enzo Mariani relatou que havia confusão na parte da revista. A sinalização indicava que havia espaços para revista específica para quem foi ao The Town com mochila e outros para quem não havia levado bolsa. O que acontece, no entanto, foi que a otimização não aconteceu.
“O pessoal simplesmente não abriu a parte da revista com mochila e estavam falando para optar por onde estivesse com menos fila”, contou. “Isso ocasionou uma revista bem mais leve, porque o pessoal tava com muita pressa.”
O que diz a Rock World?
Em entrevista ao G1, a vice-presidente da Rock World, Roberta Medina, explicou que esse era a única posição possível para um palco das proporções do Skyline no Autódromo de Interlagos.
“A gente já pensou muitas vezes onde é que dá para colocar ele. Mas daquele tamanhão, com aqueles artistas incríveis, não tem outro lugar para ficar. Então a gente aumentou as telas. Dá para ver pela tela e vibrar com a galera”, declarou. “No curto prazo não dá para solucionar.”
Sobre a distância entre os palcos, Roberta Medina defendeu o afastamento entre os palcos e afirmou que, dessa forma, o festival conseguiu melhorar a qualidade dos serviços prestados. Ela explicou ainda que a organização aumentou os intervalos entre os shows para que ninguém perdesse nenhuma atração.
The Town 2027 confirmado
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e Roberta Medina, anunciaram no domingo (14) que a capital paulista receberá a terceira edição do festival The Town em 2027.
Durante a coletiva de imprensa realizada na Cidade da Música, no Autódromo de Interlagos, Nunes brincou e cutucou os cariocas ao dizer que eles precisarão elevar o nível do Rock in Rio para chegar ao padrão que São Paulo apresentou no The Town deste ano. A Rock World é responsável pela realização dos dois festivais.
“Agora o Rio de Janeiro vai correr atrás para chegar ao nosso nível. A régua subiu”, declarou o prefeito.
Roberta Medina também apresentou os números referentes à segunda edição do The Town, que chega ao fim neste domingo (14). O festival recebeu, ao todo, 420 mil pessoas neste ano e promoveu um impacto econômico de R$ 2,2 bilhões na cidade de São Paulo. As reservas de AirBnB saltaram 240% com relação à primeira edição do festival, que aconteceu em 2023.
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