O Brasil busca liderar discussões sobre a transição energética durante a COP30, em Belém (PA), propondo um mapa para reduzir a dependência global de combustíveis fósseis, mesmo diante de sua crescente produção petrolífera.
De acordo com Tasso Azevedo, coordenador-geral do MapBiomas, durante entrevista ao WW, o país se encontra em posição favorável nas negociações climáticas devido às significativas reduções nas emissões de gases de efeito estufa nos últimos anos, alcançando uma diminuição acumulada de aproximadamente 33% das emissões.
Contradições e estratégias
A recente autorização para pesquisas de exploração de petróleo na margem equatorial amazônica gerou questionamentos sobre o posicionamento brasileiro. No entanto, Azevedo argumenta que esta aparente contradição pode fortalecer a posição do Brasil nas negociações climáticas.
O especialista destaca que, por ser um importante produtor de petróleo, quando o Brasil propõe discussões sobre a redução da dependência de combustíveis fósseis, sua posição ganha mais credibilidade do que a de países não produtores. Este contraste é especialmente notável quando comparado com a postura da Arábia Saudita, que resiste a debater o tema.
Azevedo alerta, contudo, que os investimentos em novos campos de petróleo podem se revelar equivocados no longo prazo, considerando a necessidade global de abandonar a dependência de combustíveis fósseis o mais rapidamente possível.