O assessor-chefe da assessoria especial do presidente da República, Celso Amorim, disse à CNN neste sábado (2) que o Brasil é contra sanções econômicas por conta de relações comerciais com outros países.
Ao ser questionado sobre a posição do país em meio aos apelos dos Estados Unidos para Brasil e Índia pararem de importar petróleo da Rússia, Amorim disse que “somos contra sanções econômicas em qualquer caso, salvo quando autorizado pelo CSNU (Conselho de Segurança das Nações Unidas)”.
A CNN noticiou na quinta-feira (31) que os parlamentares americanos que se reuniram com os congressistas brasileiros nesta semana pediram a redução ou o fim da importação do petróleo russo pelo Brasil para negociar a redução das tarifas de 50%.
O presidente dos EUA, Donald Trump, tem intensificado a estratégia de isolar a Rússia comercialmente em meio à tensão crescente entre a Casa Branca e o Kremlin por conta da continuação da guerra na Ucrânia.
Em 14 de julho, Trump ameaçou impor tarifas de 100% aos países que comprassem petróleo russo, a menos que Moscou chegasse a um acordo de paz significativo com a Ucrânia.
As ameaças do presidente republicano se tornaram o novo centro de atenção do Itamaraty, segundo informações do correspondente da CNN em Londres, Américo Martins.
Em relação à Índia, Trump afirmou que o país comprou a grande maioria de seus equipamentos militares e energia da Rússia, o que “não era bom”, mas minimizou o comércio dos Estados Unidos com os dois países.
“Não me importa o que a Índia faça com a Rússia”, disse em uma publicação no Truth Social na quinta-feira, acrescentando que “eles podem derrubar suas economias mortas juntos”.
A Índia seguirá comprando o petróleo russo mesmo diante das ameaças dos Estados Unidos com retaliações econômicas, segundo o The New York Times. O país foi atingido com tarifas americanas de 25% em 1º de agosto, de acordo com a Casa Branca, e Trump tem ameaçado com penalidades adicionais não especificadas caso as importações da commodity continuassem.