O Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo) classificou como uma “grande afronta às forças de segurança” e execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes, morto a tiros de fuzil na noite desta segunda-feira (15), em Praia Grande, litoral de SP.
Em nota oficial, a entidade disse receber com “perplexidade e indignação” a notícia do crime.
“A ação escancara a forma como o Governo do Estado de São Paulo cuida de seus policiais mais dedicados, ao mesmo tempo em que torna gritante a necessidade de a Polícia Civil ser melhor tratada, com efetiva valorização de seus profissionais”, afirmou o sindicato.
O Sindpesp também alertou para o fortalecimento do crime organizado diante do enfraquecimento da instituição. “Se o Governo do Estado permite que a instituição se enfraqueça, como São Paulo tem feito nas últimas décadas, o crime organizado, inevitavelmente, ganhará espaço”, diz o comunicado.
Ruy Fontes, de 63 anos, foi delegado-geral entre 2019 e 2022 e era reconhecido pela atuação no combate ao PCC (Primeiro Comando da Capital), facção que já havia lhe direcionado ameaças de morte.
Ruy ingressou na Polícia Civil em 1988 e foi professor de Investigação Policial na Academia de Polícia. Atualmente, estava aposentado e ocupava o cargo de secretário municipal de Administração da Prefeitura de Praia Grande.
Para o sindicato, a morte do ex-delegado-geral não pode ficar impune. “O homicídio, da forma como ocorreu, revela-se uma grande afronta às Forças de Segurança, à máquina pública e ao estado de São Paulo, não podendo ficar de maneira alguma impune, sob pena de que todo o sistema de Segurança Pública caia em descrédito”, concluiu.
Estado de SP instaura força-tarefa
Nas redes sociais, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, lamentou a morte e afirmou que uma força-tarefa foi integrada para identificar e prender os responsáveis, com prioridade determinada pelo governador Tarcísio de Freitas (PL).
Lamento o assassinato do delegado aposentado Ruy Ferraz Fontes, secretário em Praia Grande e ex-delegado geral. Determinei integração de força-tarefa, com prioridade definida pelo gov. Tarcísio, para prender os criminosos. O procurador-geral de Justiça ofereceu o apoio do GAECO.
— Guilherme Derrite (@DerriteSP) September 16, 2025
As investigações seguirão nesta terça-feira (16). O carro utilizado pelos criminosos foi queimado após a ação. Equipes de perícia trabalham para tentar encontrar pistas.

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) deve apoiar as investigações.
Imagens obtidas pela CNN mostram criminosos armados com fuzis durante a ação.
*Sob supervisão de Carolina Figueiredo