Serra Verde vê potencial de ofertar terras raras no Ocidente

A mineradora brasileira de terras raras Serra Verde reduziu os períodos de contrato previstos em seus acordos para o processamento de seus produtos na China, elevando o potencial para fornecer a empresas ocidentais quando sua capacidade de separação estiver disponível nos próximos anos, disse seu presidente-executivo.

O Ocidente tem se apressado para desenvolver fontes alternativas de terras raras, vitais para defesa, eletrônicos, veículos elétricos e turbinas eólicas, enquanto a China controla 90% da oferta global processada.

Quando a mina de Serra Verde estava sendo desenvolvida, ela fechou acordos de 10 anos para a venda de seu concentrado para processamento com empresas chinesas, já que não havia outras opções disponíveis.

A mina de Serra Verde é rica em terras raras pesadas, ao contrário de muitos outros depósitos ocidentais, mas somente agora as fábricas estão se preparando no Ocidente para processá-las.

“Em alguns anos, teremos algumas opções para separar as terras raras pesadas fora da China”, disse o presidente-executivo Thras Moraitis à Reuters.

A Serra Verde, de capital fechado, renegociou os acordos chineses e agora eles terminam no final do próximo ano, dando à empresa várias opções para diversificar sua base de clientes, disse Moraitis.

“Os chineses, os norte-americanos, os japoneses, os europeus e os canadenses nos procuraram, já que somos o único fornecedor de terras raras pesadas, pelo menos no futuro próximo.”

A previsão de escassez dos elementos de terras raras pesadas disprósio e térbio pode ser um obstáculo para a iniciativa do Ocidente de criar cadeias de suprimentos domésticas de terras raras e ímãs permanentes.

Piso de preço essencial

Moraitis, ex-executivo da Xstrata, que foi adquirida pelo grupo de commodities Glencore, disse que um piso de preço garantido pelos governos seria fundamental para o desenvolvimento do setor de terras raras fora da China.

Os Estados Unidos promoveram um preço mínimo garantido ao grupo de terras raras MP Materials em julho, como parte de um investimento multibilionário do Pentágono, e fontes disseram à Reuters que o mecanismo provavelmente será estendido a outras empresas.

Os membros do Grupo dos Sete e a União Europeia também estão considerando pisos de preços para promover a produção de terras raras.

A mina brasileira da Serra Verde é um depósito de argila iônica. A técnica de extração padrão para esses depósitos na China e em Mianmar envolveu a lavagem do depósito com produtos químicos, o que causou a contaminação do abastecimento de água e o desmatamento.

A Serra Verde gastou várias centenas de milhões de dólares para construir uma fábrica que não descarrega resíduos tóxicos.

A empresa lançou a produção comercial no início de 2024, mas vem otimizando a produção, de modo que ainda não atingiu a produção total, que deve ser de cerca de 6.500 toneladas de óxidos totais de terras raras por ano até 2027.

A agência de financiamento ao desenvolvimento dos Estados Unidos aprovou um empréstimo de US$ 465 milhões no início deste ano.

A Serra Verde é propriedade dos grupos de capital privado Denham Capital, Energy and Minerals Group e Vision Blue, que é liderado pelo ex-diretor da Xstrata, Mick Davis.

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