Todos os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, exceto os Estados Unidos, disseram nesta quarta-feira (27) que a fome em Gaza é uma “crise provocada pelo homem” e alertaram que a escassez de alimentos como uma arma de guerra é uma prática pelo direito internacional humanitário.
Em uma declaração conjunta, os 14 membros do conselho — que inclui países como China, França, Reino Unido — pediram uma série de reivindicações que incluem:
- Cessar-fogo imediato incondicional e permanente;
- Libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas e outros grupos;
- Aumento substancial de ajuda em Gaza;
- Suspensão imediata e incondicional de Israel todas as restrições à entrega de ajuda.
Nesta semana, o papa Leão XIV fez um forte apelo à comunidade internacional para um cessar-fogo no Oriente Médio.
“Mais uma vez, lanço um forte apelo… para que se ponha fim ao conflito na Terra Santa, que causou tanto terror, destruição e morte”, disse o pontífice em sua audiência semanal no Vaticano.
Entenda a guerra na Faixa de Gaza
A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 outubro de 2023, depois que o Hamas lançou um ataque terrorista contra Israel.
Combatentes do grupo radical palestino mataram 1.200 pessoas e sequestraram 251 reféns naquele dia.
Então, tropas israelenses deram início a uma grande ofensiva com bombardeios e por terra para tentar recuperar os reféns e acabar com o comando do Hamas.
Os combates resultaram na devastação do território palestino e no deslocamento de cerca de 1,9 milhão de pessoas, o equivalente a mais de 80% da população total da Faixa de Gaza, segundo a UNRWA (Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos).
O ministério, controlado pelo Hamas, não distingue entre civis e combatentes do grupo na contagem, mas afirma que mais da metade dos mortos são mulheres e crianças. Israel afirma que pelo menos 20 mil são combatentes do grupo radical.
Parte dos reféns foi recuperada por meio de dois acordos de cessar-fogo, enquanto uma minoria foi recuperada por meio das ações militares.
Autoridades acreditam que cerca de 50 reféns ainda estejam em Gaza, sendo que cerca de 20 deles estariam vivos.
Enquanto a guerra avança, a situação humanitária se agrava a cada dia no território palestino.
Segundo a ONU, passa de mil o número de pessoas que foram mortas tentando conseguir alimentos, desde o mês de maio, quando Israel mudou o sistema de distribuição de suprimentos na Faixa de Gaza.
Com a fome generalizada pela falta da entrada de assistência na Faixa de Gaza, os relatos de pessoas morrendo por inanição são diários.
Israel afirma que a guerra pode parar assim que o Hamas se render, e o grupo radical demanda melhora na situação em Gaza para que o diálogo seja retomado.