O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira (23) novas recomendações para mamografia como parte da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. Segundo a pasta, o exame passará a ser recomendado “sob demanda” para mulheres a partir de 40 anos.
As mudanças, que devem entrar em vigor de imediato, visam garantir acesso precoce de mulheres ao exame mesmo sem sinais ou sintomas do tumor. De acordo com a pasta, 22,6% dos casos de câncer de mama atingem a faixa etária dos 40 aos 49 anos, refletindo a necessidade de exames realizados antes da faixa etária recomendada anteriormente (dos 50 aos 69 anos).
A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) já indicava o início da mamografia de rastreio a partir dos 40 anos, anualmente. Em 2024, mais de 30% das mamografias foram realizadas em mulheres abaixo de 50 anos, segundo o Ministério da Saúde.
A mamografia é um dos principais exames indicados para o diagnóstico precoce do câncer de mama. O procedimento fornece imagens detalhadas que podem detectar lesões presentes nas mamas, como nódulos, cistos, ductos dilatados, espessamento do tecido mamário, linfonodos e outras alterações.
Após detectada essas lesões, pode ser realizada uma biópsia, técnica que consiste na retirada de um fragmento do nódulo ou da lesão suspeita para que o patologista analise e define o diagnóstico.
Recomendação “sob demanda” e rastreamento ativo
Com as mudanças, o Ministério orienta que a mamografia seja realizada a partir dos 40 anos “sob demanda”. Ou seja, a partir da vontade da paciente e da indicação médica para realização do exame.
A pasta defende que as mulheres possam conversar com os profissionais de saúde que as acompanham e tomem, juntos, a melhor decisão sobre iniciar precocemente o rastreio para o câncer de mama ou não, sem a necessidade obrigatória de rastreamento bienal (uma vez a cada dois anos).
Além disso, a pasta também anunciou a ampliação da idade para rastreamento ativo, ou seja, para aquelas mulheres em idade de maior risco para o câncer de mama. Agora, o procedimento é recomendado para pacientes de 50 a 74 anos. O Ministério orienta que a mamografia seja feita, nesta faixa etária, a cada dois anos, mesmo sem sinais ou sintomas de câncer.
A partir dos 74 anos, a recomendação da pasta é que o procedimento seja realizado depois de analisar, em conjunto com o profissional de saúde responsável, comorbidades existentes e expectativa de vida da paciente.
Distribuição de novos tratamentos para o câncer de mama no SUS
O Ministério da Saúde também anunciou novos medicamentos que serão distribuídos para o câncer de mama pelo SUS, incorporados no primeiro Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) específico para a doença.
Entre os novos tratamentos incorporados estão:
- Inibidores das quinases dependentes de ciclina (CDK) 4 e 6;
- Trastuzumab entansina;
- Supressão ovariana medicamentosa e hormonioterapia parenteral;
- Fator de estimulador de colônia para suporte em esquema de dose densa;
- Ampliação da neoadjuvância para estados I a III.