Desde o início da retomada das operações em 2020, uma retomada gradual, com 26% da capacidade inicial, a Samarco opera sem o uso de barragens de rejeitos, um marco na mineração brasileira. O novo modelo utiliza sistemas de filtragem de 80% do rejeito gerado, que é arenoso e empilhado a seco, enquanto os 20% restantes, de partículas ultrafinas, são depositados em uma cava confinada, uma estrutura rochosa e segura.
A mudança representa um avanço tecnológico e ambiental, alinhado ao compromisso da empresa com uma mineração mais segura e sustentável.
De acordo com Reuber Koury, diretor técnico e de Projetos da Samarco, o rompimento da barragem de Fundão, em 2015, trouxe aprendizados que guiaram essa transformação. Em entrevista exclusiva para o minidoc Mineração em Transformação, uma produção da CNN Brasil, ele afirmou: “A mineração do futuro precisa ser sustentável e aderente às expectativas da sociedade. Nosso primeiro princípio é não utilizar mais barragens, garantindo segurança para todos e a certeza de que nada do que ocorreu no passado se repetirá.”
O sistema de filtragem está no centro do novo momento operacional e também contribui para o uso mais eficiente da água, com uma taxa de recirculação de cerca de 90%. A água resultante dos processos é tratada e reutilizada, diminuindo a necessidade de captações externas e o impacto sobre os recursos hídricos da região.
Além de eliminar as barragens, a Samarco investe na reutilização do rejeito arenoso em diferentes aplicações, como obras de descaracterização de antigas estruturas e pavimentação. O reaproveitamento desse material, composto basicamente por areia e minério de ferro, integra o conceito de economia circular, reduzindo o uso de novos recursos naturais e ampliando a vida útil das estruturas de disposição.
Mineração mais segura
O monitoramento das estruturas é contínuo, realizado em tempo real pelo Centro de Monitoramento e Inspeção (CMI) e pelo Centro de Operações Integradas (COI), que conectam as unidades de Minas Gerais e Espírito Santo.
A mineração sem barragens faz parte do plano de crescimento sustentável da empresa. Em 2024, a Samarco alcançou 60% da capacidade produtiva instalada e espera atingir 100% até 2028, sempre mantendo o mesmo modelo de disposição de rejeitos. O processo também gera emprego, renda e desenvolvimento para as comunidades vizinhas às operações.
A adoção definitiva desse novo modelo é considerada, pela própria empresa, uma resposta técnica aos desafios do passado e uma forma de reafirmar seu propósito de operar com segurança e responsabilidade.
Assista à série Mineração em Transformação, com apresentação de Leila Sterenberg, na programação da CNN Brasil e em cnnbrasil.com.br