O Ministério das Relações Exteriores da Rússia rejeitou nesta quinta-feira (18) um relatório da Escola de Saúde Pública da Universidade de Yale sobre a reeducação forçada de crianças ucranianas deportadas, classificando-o como propaganda anticientífica, repleta de invenções e baseada em dados questionáveis.
O relatório afirmou no relatório que identificou mais de 210 locais para onde crianças ucranianas foram levadas para treinamento militar, fabricação de drones e outras reeducações forçadas pela Rússia, como parte de um programa de deportação em larga escala.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse a repórteres que o relatório parecia ser propaganda e que a Rússia tinha dúvidas sobre como os dados haviam sido coletados.
Entenda a acusação
A pesquisa financiada pelos Estados Unidos identificou mais de 150 novos locais, totalizando 210, desde a publicação das descobertas no ano passado, quando alegou que aeronaves presidenciais russas haviam sido usadas para transportar crianças.
A pesquisa mais recente do HRL (Laboratório de Pesquisa Humanitária) de Yale, baseada em informações de código aberto e imagens de satélite, revelou que cerca de metade dos locais são administrados pelo governo russo.
Isso “representa o maior número de locais para onde crianças da Ucrânia foram levadas já publicado”, afirmou o relatório. “O número real provavelmente é maior, pois há vários locais ainda sob investigação pela HRL e podem existir locais adicionais que ainda não foram identificados.”
A Ucrânia afirma que a Rússia deportou ilegalmente ou deslocou à força mais de 19.500 crianças para a Rússia e Belarus, violando as Convenções de Genebra. Em junho, Yale estimou que esse número poderia chegar perto de 35 mil.
A Rússia nega estar levando crianças contra a vontade delas e afirma que vem retirando pessoas voluntariamente para saírem da zona de guerra.
Pesquisadores de Yale “podem concluir que a Rússia está operando um sistema potencialmente sem precedentes de reeducação em larga escala, treinamento militar e instalações de dormitórios, capaz de manter dezenas de milhares de crianças da Ucrânia por longos períodos”, afirmou o último documento.