RJ: suspeitos são alvos da polícia por excluir plataforma de R$ 10 milhões

Três ex-funcionários que excluíram uma plataforma de inteligência artificial avaliada em R$ 10 milhões foram alvos de uma operação da Polícia Civil, neste domingo (3), no Rio de Janeiro.

Segundo a polícia, a empresa detectou a exclusão da plataforma na última sexta-feira (1º), pouco antes de seu lançamento no mercado. A aplicação tinha estimativa de alcançar mais de 20 milhões de usuários.

As investigações mostraram que a exclusão do sistema partiu das credenciais de acesso e dos notebooks corporativos de funcionários identificados como Adriano Alves Passos Junior e Lucas Vital Alves da Silva.

Os registros mostraram que Adriano teria sido o responsável por excluir o ambiente de produção. Já Lucas, teria exportado senhas pouco antes de ser demitido e teria tentado acessar a plataforma novamente ainda na sexta-feira. De acordo com a polícia, a segunda tentativa de acesso aconteceu por volta das 19h30, e tinha como objetivo confirmar se a prática criminosa havia dado certo.

Mensagens trocadas entre os suspeitos mostram a participação de um terceiro homem, identificado como Eduardo Junior Dias dos Santos Moreira. O terceiro envolvido não teria participado do crime, na prática, mas estaria ativamente na articulação das conversas do grupo, realizada pelo sistema interno de mensagens da empresa.

Segundo a investigação, Eduardo teria sido influenciado a pedir demissão, sob promessa de um novo emprego em outra empresa. A polícia afirma que as conversas confirmaram a existência de um planejamento prévio e a exclusão da plataforma, além de debater se relatariam o crime aos chefes. Os envolvidos discutiram, ainda, planos de atuação futura em outra empresa, incluindo a abertura de firmas próprias.

A polícia afirmou que os três suspeitos não devolveram os notebooks da empresa, que podem conter dados confidenciais, códigos e provas das ações cometidas. Além disso, há a suspeita de que tenham usado celulares pessoais para armazenar e compartilhar informações sigilosas.

Os envolvidos foram conduzidos para a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) para prestar depoimento neste domingo (3). A ação fez parte da “Operação Gênesis”. Os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em seis endereços, na capital e na Baixada Fluminense.

As diligências ocorreram nos bairros do Méier, Cachambi e no município de São João de Meriti. Foram apreendidos notebooks, celulares e outros dispositivos eletrônicos.

Os envolvidos são acusados dos crimes de concorrência desleal, invasão de dispositivo informático com agravantes, apropriação indébita qualificada e associação criminosa. As investigações continuam para esclarecer se os dados apagados podem ter sido usados em benefício próprio ou repassados à concorrência.

A CNN aguarda um posicionamento da empresa. E, até a publicação desta matéria, não foi localizada a defesa dos investigados.

*Sob supervisão de Luan Leão

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