Relembre crime de Lindomar Castilho, que matou a ex-esposa a tiros no palco

A morte do cantor Lindomar Castilho, neste sábado (20), reacendeu um assassinato brutal que aconteceu em 1981, quando o artista invadiu o show da ex-esposa e a matou a tiros, enquanto ela cantava uma música de Chico Buarque no palco de um café em São Paulo.

Lindomar Castilho foi casado com Eliane de Grammont entre 1979 e 1981, quem ele conheceu nos corredores da gravadora RCA, e os dois tiveram uma filha, Liliane, quem fez o anúncio da morte dele. O artista sempre se mostrou um homem possessivo e ciumento, o que se agravou ainda mais pelo alcoolismo. O casal passou a viver uma vida conturbada e ela chegou a pedir o desquite após agressões físicas.

Quando os dois já haviam se separado e o cantor estava no topo das paradas, no dia 30 de março de 1981, Lindomar invadiu o bar Belle Époque, em São Paulo, onde a esposa se apresentava, e deu cinco tiros enquanto ela estava ainda no palco.

Eliane cantava a música “João e Maria”, de Chico Buarque, exatamente nos versos “agora era fatal, que o faz de conta terminasse assim”, quando foi atingida pelos tiros. A motivação do crime foi o ciúme que sentia do violonista Carlos Randall, primo de Lindomar, que se apresentava com ela na noite paulistana. Ela morreu a caminho do hospital, aos 26 anos. O cantor tentou fugir, mas foi impedido pelas pessoas que estavam no local.

No post que anunciou a morte do pai, Lili relembrou o passado trágico na família que a deixou órfã de mãe ainda pequena.

“Ele é só mais um ser humano que se desviou com sua vaidade e narcisismo. E ao tirar a vida da minha mãe também morreu em vida. O homem que mata também morre. Morre o pai e nasce um assassino, morre uma família inteira”, escreveu ela.

Carlos Randall, que levou um tiro e sobreviveu, deu uma entrevista ao podcast do jornalista Piunti em 2022, e falou que não se sente apto a perdoar Lindomar. Depois do crime, o violonista precisou se afastar dos palcos para se recompor.

“Você precisa de um tempo para assentar. Você precisa se recompor, a ficha demora para cair, começa a pensar sobre o que poderia ter feito de diferente”, comentou.

O “Rei do Bolero” foi preso em flagrante e condenado, em 1984, por homicídio. Ele ficou em regime fechado até 1986, passou para o semiaberto e ficou livre da prisão em 1996.

Lili também comentou que não existe uma resposta exata quando o assunto é ter perdoado o pai ou não. Para ela, Lindomar era um homem com uma masculinidade tóxica que precisava ser transformada.

“Se eu perdoei? Essa resposta não é simples como um sim ou não, ela envolve tudo e todas as camadas das dores e delícias de ser, um ser complexo e em evolução. Diante de tudo isso, desejo que a alma dele se cure, que sua masculinidade tóxica tenha sido transformada”, pontuou.

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