A tramitação do PL (Projeto de Lei) da Anistia enfrenta obstáculos devido à relação conturbada entre o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O clima tenso entre os parlamentares se intensificou após a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Blindagem ter sido aprovada na Câmara dos Deputados, mas posteriormente derrubada no Senado Federal. A apuração é de Julliana Lopes no CNN Arena.
Líderes do Congresso Nacional avaliam que o texto só avançará quando houver um entendimento entre Hugo e Alcolumbre. No momento, não há previsão para uma reunião entre os dois parlamentares, que chegaram a desmarcar um encontro previamente agendado para discutir a proposta.
Tensão e exposição política
Hugo tem enfrentado críticas intensas, especialmente após as manifestações do último domingo. A situação se agravou quando um acordo estabelecido na Câmara dos Deputados não se concretizou, expondo politicamente o Centrão e outros parlamentares que haviam se comprometido com a proposta.
O cenário é ainda mais complexo devido à posição contrária de algumas agremiações políticas em relação ao projeto. Além disso, o Centrão demonstra preocupação com as garantias de que o texto, caso aprovado na Câmara, não seja novamente rejeitado no Senado.
O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do PL da Anistia, tem buscado mediar a situação, aguardando um momento mais oportuno para retomar as negociações. No entanto, a atual conjuntura política, marcada por desconfianças e tensões entre as casas legislativas, dificulta o estabelecimento de um consenso para o avanço da proposta.