A cantora Rebecca, 27, vive uma fase especial na escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, no Rio de Janeiro. Musa da agremiação carioca, a artista sabe que o brilho na avenida vai muito além do figurino e do samba no pé.
Para ela, cada passo carrega uma mensagem que atravessa gerações, sobretudo dentro da própria casa. Ser referência para a filha, Morena, é o que move sua dedicação.
“Quero que ela me veja e entenda que é possível. Que ela tenha orgulho da mãe que corre atrás, que trabalha, que se deixa e que ocupa lugares que, por muito tempo, não foram pensados para nós”, conta à CNN ao falar sobre a relação entre sua trajetória e o futuro da pequena.
Rebecca também afirma que desfila na vermelho e branco é também uma escolha afetiva e política. Sua presença é uma forma de mostrar para a herdeira que mulheres pretas podem ocupar qualquer espaço. “Eu quero que ela cresça sabendo que a nossa história é de força e resistência. Que ela veja a mãe dela brilhando e entenda que ela também pode brilhar do jeito dela”, acrescenta.
Nos ensaios, a funkeira pensa justamente no impacto do que está construindo. Nos bastidores, sabe que cada gesto vira memória para a filha. No Sambódromo, sente que pisa por si, mas também por Morena e por tantas mães que equilibram maternidade e carreira com coragem diária.
Entre o ritmo da Furiosa e o calor da comunidade, Rebecca transforma seu posto de musa em legado. “Tudo o que faço aqui tem a ver com ela. Quero que a Morena olhe para mim e saiba que a mãe dela nunca desistiu dos próprios sonhos”, conclui.