Desde que a humanidade voltou os olhos para Marte, o planeta vermelho se tornou sinônimo de desafio e fascínio. Entre perguntas sobre vida extraterrestre, possibilidade de colonização e exploração científica, uma dúvida persiste no imaginário popular: afinal, quanto tempo leva para chegar a Marte?
De acordo com a Nasa, com a tecnologia de propulsão química atualmente em uso, uma missão até Marte pode levar de seis a dez meses em média. Esse tempo pode variar dependendo da posição relativa dos planetas e da trajetória escolhida para a nave.
Distâncias que mudam com o tempo
Segundo a Nasa, a distância entre a Terra e Marte não é fixa: em média, são cerca de 225 milhões de quilômetros, mas esse número pode ser muito maior ou menor dependendo da posição orbital. Quando os dois planetas estão em lados opostos do Sol, a viagem é muito mais longa. Já em alinhamentos favoráveis, abre-se uma “janela de lançamento” que permite trajetórias mais curtas e eficientes, conhecidas como transferência de Hohmann.
É por isso que a Nasa e outras agências espaciais precisam planejar missões com anos de antecedência: a chance de lançar uma sonda ou uma futura missão tripulada depende desses ciclos.
Lições das missões robóticas
As sondas e orbitadores enviados a Marte nos últimos anos ajudam a estimar o tempo de viagem. De acordo com a Nasa, a Mars Odyssey, lançada em 2001, levou cerca de 6 meses e 17 dias para entrar na órbita marciana. A Mars Reconnaissance Orbiter, de 2005, viajou por 7 meses e meio. Já a missão MAVEN, lançada em 2013, demorou aproximadamente 10 meses.
Esses exemplos reforçam a estimativa média divulgada pela agência espacial de que, em condições atuais, o trajeto até Marte dura de seis a dez meses.
O que determina a duração da viagem
A Nasa indica que o tempo de viagem até Marte não depende apenas da distância. Fatores como a massa da espaçonave (quantidade de carga, combustível e suprimentos), o tipo de propulsão usado e até mesmo a necessidade de ajustes de trajetória durante o caminho influenciam diretamente na duração da missão.
Outro ponto crucial é a segurança da tripulação. Quanto mais tempo no espaço, maior a exposição à radiação cósmica e aos efeitos fisiológicos da microgravidade. Portanto, não se trata apenas de chegar rápido, mas de chegar em condições seguras.
O desafio humano
Mesmo que a tecnologia permita viagens mais rápidas, a questão central continua sendo a sobrevivência dos astronautas. A radiação cósmica, o confinamento prolongado, os efeitos psicológicos e a necessidade de suporte vital robusto são barreiras tão complexas quanto o tempo de viagem em si.
Segundo a própria Nasa, “chegar rápido” não resolve todos os problemas: é preciso garantir que a tripulação chegue em condições de realizar pesquisas, operar equipamentos e sobreviver em Marte.