A PF (Polícia Federal) deflagrou a Operação Roque, na manhã desta quinta-feira (6), com o objetivo de desmantelar o núcleo jurídico e operacional de uma facção criminosa com atuação no sistema prisional do Amazonas.
A ação foi conduzida pela FICCO (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado) e cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão.
Segundo a PF, o grupo era responsável por intermediar comunicações entre lideranças internas e externas da facção, além de facilitar a execução de ordens criminosas de alcance interestadual e transnacional.
As investigações apontam que advogados com acesso privilegiado ao sistema prisional atuavam na transmissão de ordens, bilhetes e deliberações estratégicas da facção, simulando atos de advocacia para mascarar comunicações ilícitas e repasses financeiros.
De acordo com o superintendente João Paulo Garrido Pimentel, os homens repassavam esses comunicados dos líderes da facção para os demais envolvidos que atuavam em outros estados e até mesmo em outros países.
A ação é um desdobramento da Operação Xeque-Mate e contou com o acompanhamento de representantes da OAB-AM (Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Amazonas) para assegurar o cumprimento das medidas legais e das prerrogativas profissionais.
Durante o cumprimento dos mandados nas residências ligadas aos investigados em Manaus, foram apreendidos equipamentos eletrônicos, mídias digitais, documentos e dinheiro em espécie.
Conforme apurado pela polícia, as prerrogativas da advocacia vinham sendo usadas para manter a hierarquia da facção dentro e fora das prisões, possibilitando a coordenação de represálias, pactos interestaduais e movimentações de recursos ilícitos.