A operação Carbono Oculto, realizada nesta quinta-feira (28) por uma força-tarefa envolvendo mais de 1400 agentes de diversos órgãos federais e municipais gerou embates nas redes sociais envolvendo parlamentares governistas e de oposição.
Em comum, os políticos exaltaram a realização da megaoperação. Entretanto, aproveitaram o fato para atacar adversários, fazer críticas ao governo e até chamar atenção para o julgamento dos réus da trama golpista.
Veja abaixo algumas manifestações de políticos sobre a operação:
Erika Hilton (PSOL-SP)
A deputada federal afirmou que a fintech que movimentou sozinha R$ 46 bilhões estava “blindada da fiscalização” após uma “MENTIRA” veiculada pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) em vídeo publicado nas redes sociais.
Segundo ela, com esse vídeo, o parlamentar “impediu a Receita Federal de investigar suas [da fintech] movimentações financeiras”.
A CNN procurou o deputado para comentar o caso, mas ainda não recebeu retorno.
Randolfe Rodrigues (PT-AP)
“O maior combate ao crime organizado da história”, afirmou o líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues, ao comentar a operação deflagrada nesta quinta-feira.
Jaques Wagner (PT-BA)
“Hoje nós vencemos uma importante batalha: uma megaoperação foi deflagrada em mais de 10 estados, a maior ação de combate ao crime da história do nosso país, e atingiu de forma inédita o cérebro financeiro de uma série de esquemas ilícitos”, disse o senador petista.
Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
Pelas redes sociais, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e senador, elogiou a Operação Carbono Oculto, mas ironizou a realização de duas coletivas de imprensa sobre o caso. Ele comparou a entrevista concedida em Brasília — pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pelo diretor-geral da PF, delegado Andrei Rodrigues — com outra, realizada em São Paulo, por técnicos do MPSP e da Receita Federal.
Segundo Flávio, a coletiva em Brasília tinha a pretensão de “convencer alguém de que estão combatendo o PCC”. “Está no DNA do PT roubar… até o suor do trabalho dos outros”, afirmou.
Sergio Moro (União-PR)
“O mesmo modelo da Lava Jato que os bandidos e seus aliados tentaram insistentemente demonizar”, escreveu o senador. Para Moro, é necessário retomar o modelo de forças-tarefa “para que as organizações criminosas sejam desmanteladas”.
Nikolas Ferreira (PL-MG)
“Mas o problema do país é a ‘trama golpista’, com idosos e batom”, ironizou o deputado, ao comparar a operação com o julgamento dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
Operação Carbono Oculto
A PF (Polícia Federal) deflagrou uma operação contra um esquema criminoso bilionário ligado ao PCC. A força-tarefa contou com 1.400 agentes, que cumpriram mandados contra mais de 350 alvos, entre pessoas jurídicas e físicas.
Nomeada como Operação Carbono Oculto, os mandados foram realizados nos estados de São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
A operação contou com a participação do MPSP (Ministério Público de São Paulo), do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Ministério Público Federal, Polícia Federal, polícias Civil e Militar, Receita Federal, Secretaria da Fazenda e Planejamento de São Paulo, ANP (Agência Nacional do Petróleo) e PGE-SP (Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo) e GAERFIS (Grupo de Atuação Especial para Recuperação Fiscal).
Outras duas operações também foram deflagradas simultaneamente pela PF nesta quinta-feira (28), contra o envolvimento do PCC na cadeia de combustíveis.
Em uma delas, mandados foram cumpridos na Avenida Faria Lima, centro financeiro e comercial do país, em São Paulo.
Segundo investigadores, o esquema arrecadou cerca de R$ 7,6 bilhões somente em sonegação de tributos. Cerca de 1.000 postos de combustíveis vinculados ao grupo movimentaram R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024. Além disso, uma fintech que atuava como banco paralelo da organização, por exemplo, movimentou sozinha R$ 46 bilhões não rastreáveis no período.
*Sob supervisão de Leandro Bisa