O papa Leão XIV indicou na segunda-feira (22) que pretende seguir a agenda de reformas de seu antecessor, o papa Francisco. Ele elogiou as tentativas do falecido pontífice de tornar a Igreja Católica mais inclusiva em seu discurso anual de Natal aos cardeais do Vaticano.
Leão XIV, o primeiro papa dos Estados Unidos, disse aos mais altos funcionários da Igreja que Francisco, que morreu em abril, havia sido uma “voz profética” que lutou para criar “uma Igreja alegre, acolhedora para todos e atenta aos mais pobres”.
Francisco, que liderou a Igreja com seus 1,4 bilhão de membros por 12 anos, frequentemente usava seu discurso anual de Natal com os cardeais para fazer críticas contundentes ao trabalho deles.
Em diversos discursos longos ao longo dos anos, ele listou o que chamou de “doenças” e “problemas” da burocracia central do Vaticano, conhecida como Cúria Romana.
Leão, que tem um estilo mais diplomático do que seu antecessor argentino, falou por apenas 15 minutos e não apresentou tais críticas. Mas ele repetiu muitos dos temas que se tornaram centrais para o papado de Francisco.
O papa alertou as autoridades contra “cair na rigidez ou na ideologia” na aplicação dos ensinamentos da Igreja e disse que a complexa estrutura do Vaticano “não deve dificultar ou atrasar o progresso” do seu trabalho.
Ele lamentou que conflitos interpessoais às vezes prejudiquem as operações do Vaticano.
“Observamos com decepção que certas dinâmicas – ligadas ao exercício do poder, ao desejo de prevalecer ou à busca de interesses pessoais – demoram a mudar”, disse Leão.
“Então nos perguntamos: é possível ser amigo na Cúria Romana?”, completou.
Leão XIV defendeu “uma Cúria Romana cada vez mais missionária, na qual as instituições, os ofícios e as tarefas sejam concebidos à luz dos principais desafios eclesiais, pastorais e sociais da atualidade, e não meramente para garantir a administração ordinária”.