Os cinco integrantes da União Europeia que fazem parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas emitiram neste domingo (10) uma declaração condenando a decisão de Israel de expandir as operações militares em Gaza e pedindo o governo israelense reverta essa decisão.
O representante da Eslovênia nas Nações Unidas, Samuel Zbogar, falou em nome do grupo conhecido como “E5”, que também inclui Reino Unido, França, Dinamarca e Grécia.
“Reiteramos que quaisquer tentativas de anexação ou de extensão de assentamentos [israelenses] violam o direito internacional. A expansão das operações militares só colocará em risco a vida de todos os civis em Gaza, incluindo os reféns restantes, e resultará em mais sofrimento desnecessário”, afirmou Zbogar.
A declaração do grupo também pede que Israel “levante as restrições à entrega de ajuda para permitir que a ONU e os parceiros humanitários estabelecidos operem com segurança e em larga escala”. O texto ainda afirma que “o Hamas deve se desarmar e não desempenhar nenhum papel futuro na governança de Gaza”.
Os cinco países convocaram a sessão do Conselho de Segurança da ONU que discute neste domingo (10) a crise em Gaza.
Entenda a guerra na Faixa de Gaza
A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 outubro de 2023, depois que o Hamas lançou um ataque terrorista contra Israel.
Combatentes do grupo radical palestino mataram 1.200 pessoas e sequestraram 251 reféns naquele dia.
Então, tropas israelenses deram início a uma grande ofensiva com bombardeios e por terra para tentar recuperar os reféns e acabar com o comando do Hamas.
Os combates resultaram na devastação do território palestino e no deslocamento de cerca de 1,9 milhão de pessoas, o equivalente a mais de 80% da população total da Faixa de Gaza, segundo a UNRWA (Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos).
Desde o início da guerra, pelo menos 60 mil palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. O ministério, controlado pelo Hamas, não distingue entre civis e combatentes do grupo na contagem, mas afirma que mais da metade dos mortos são mulheres e crianças. Israel afirma que pelo menos 20 mil são combatentes do grupo radical.
Parte dos reféns foi recuperada por meio de dois acordos de cessar-fogo, enquanto uma minoria foi recuperada por meio das ações militares.
Autoridades acreditam que cerca de 50 reféns ainda estejam em Gaza, sendo que cerca de 20 deles estariam vivos.Enquanto a guerra avança, a situação humanitária se agrava a cada dia no território palestino.
De acordo com a ONU, passa de mil o número de pessoas que foram mortas tentando conseguir alimentos, desde o mês de maio, quando Israel mudou o sistema de distribuição de suprimentos na Faixa de Gaza.
Com a fome generalizada pela falta da entrada de assistência na Faixa de Gaza, os relatos de pessoas morrendo por inanição são diários.
Israel afirma que a guerra pode parar assim que o Hamas se render, e o grupo radical demanda melhora na situação em Gaza para que o diálogo seja retomado.