A megaoperação realizada nesta terça-feira (16) no Rio de Janeiro já resultou no resgate de 700 animais e na prisão de 45 pessoas, incluindo um baleado durante confronto. Uma policial civil também foi atingida na comunidade Mangueira, na Zona Norte do Rio, e seu quadro de saúde é estável.
O ex-deputado estadual Tiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Jóias, preso há duas semanas por ligação com o tráfico de drogas, está entre os alvos da operação.
Equipes estiveram em endereços ligados ao parlamentar na Zona Sudoeste do Rio. Segundo as investigações, ele estaria envolvido em negociações de compra e venda de primatas.
Para dar suporte à ação, foi montada uma base na Cidade da Polícia, onde os animais resgatados recebem atendimento veterinário, passam por avaliação de peritos criminais e, posteriormente, são encaminhados para centros de triagem para possível reintrodução na natureza.
Quadrilha era estruturada com núcleos de caça e de falsificação de documentos
A operação, coordenada pela DPMA (Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente) e apoiada pelo MPRJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro), Seas (Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade), Inea (Instituto Estadual do Ambiente), PF (Polícia Federal), PRF (Polícia Rodoviária Federal) e Ibama, cumpre 44 mandados de prisão e 270 de busca e apreensão em diversos municípios do estado, além de São Paulo e Minas Gerais. Mais de mil policiais civis participaram da ação.
As investigações conduzidas pela Polícia Civil revelaram que o grupo caçava animais em diferentes regiões do estado, mantinha-os em condições degradantes e depois os repassava a receptadores, que os acondicionavam em viveiros clandestinos antes de vendê-los em feiras clandestinas e plataformas on-line.
Houve ainda identificação de núcleos especializados na falsificação de documentos, como anilhas, selos públicos e certificados, para mascarar a origem ilícita dos animais.
As apurações da Polícia revelaram que o esquema contava com apoio e proteção de traficantes.
De acordo com o MPRJ, os denunciados devem responder por associação criminosa, tráfico de animais, receptação qualificada, comércio ilegal de armas e falsificação de documentos.
A CNN tenta contato com a defesa do TH Jóias e outros presos na operação.