A ONU (Organização das Nações Unidas) iniciou, nesta segunda-feira (28), um encontro focado na implementação da solução de dois Estados como caminho para a paz entre Israel e Palestina. O secretário-geral António Guterres enfatizou que esta abordagem representa a única estrutura viável baseada no Direito Internacional para alcançar uma paz duradoura na região.
Durante seu pronunciamento, Guterres condenou veementemente os ataques de 7 de outubro realizados pelo Hamas e a subsequente destruição de Gaza. “Nada pode justificar os atos horrorosos feitos pelo Hamas e a tomada de reféns”, afirmou, acrescentando que “nada pode justificar a obliteração de Gaza e o assassinato de dezenas de milhares de civis”.
O secretário-geral destacou os obstáculos que impedem o progresso em direção à solução de dois Estados, incluindo a expansão de assentamentos, o aumento da violência contra palestinos e as mudanças demográficas forçadas na região. Ele foi enfático ao declarar que “a anexação terrível da Cisjordânia ocupada é ilegal e deve ser interrompida”.
A proposta defendida pela ONU prevê Israel e Palestina vivendo lado a lado, com fronteiras reconhecidas baseadas nas linhas de 1967 e Jerusalém como capital dos dois Estados. Guterres ressaltou que esta solução requer que ambos os lados tomem decisões difíceis, mas é essencial para estabelecer uma paz duradoura em todo o Oriente Médio.
O encontro representa uma oportunidade crucial para avançar além da retórica e estabelecer medidas concretas em direção à paz. “A conferência de hoje é uma oportunidade rara e indispensável”, destacou Guterres, enfatizando a necessidade de transformar este momento em um ponto de inflexão decisivo para o fim da ocupação e o estabelecimento de dois Estados viáveis e independentes.