Os altos preços de hotéis para a cúpula climática COP30 do Brasil em novembro levaram as Nações Unidas a pedirem que sua equipe limite a participação, enquanto delegações governamentais ainda estão correndo para encontrar quartos dentro de seus orçamentos.
A medida ocorre conforme que as delegações estão cada vez mais preocupadas com o custo da hospedagem na cidade de Belém, sede da COP30.
O Brasil está trabalhando para quase dobrar a disponibilidade de quartos de hotel, mas os preços elevados da hospedagem levaram à pedidos de alguns governos para realocar a conferência. As autoridades brasileiras rejeitaram.
“Em vista das restrições de capacidade em Belém, gostaria de solicitar gentilmente que chefes do sistema das Nações Unidas, agências especializadas e outras organizações relevantes revisem o tamanho de suas delegações na COP30 e reduzam os números sempre que possível”, disse o secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), Simon Stiell, em um documento publicado no site da UNFCCC.
Em comunicado, a presidência da COP30 do Brasil disse que reafirmou seu compromisso de garantir 15 quartos individuais com tarifas entre US$ 100 e US$ 200, mantendo os padrões adotados em outras COPs.
O Brasil também disse que apoia o pedido dos representantes dos países para aumentar o teto de diárias da ONU para Belém — atualmente fixado em US$ 144 — para igualar as tarifas de outras cidades brasileiras, como Rio de Janeiro (US$ 229), São Paulo (US$ 234) e Paraty (US$ 435).
Praticamente todos os governos do mundo se reunirão na cúpula anual da ONU para negociar esforços para conter as mudanças climáticas.
países em desenvolvimento alertaram que não podem arcar com os preços de hospedagem de Belém, que dispararam em meio à escassez de quartos.
Em uma reunião de representantes de países e funcionários da ONU no mês passado, a UNFCCC pediu ao Brasil que subsidiasse os preços de hotéis para garantir quartos a US$ 100 por dia para delegados dos países mais pobres do mundo e a US$ 400-500 por dia para outros países, de acordo com um resumo oficial dessa reunião, visto pela Reuters.
Miriam Belchior, secretária-executiva da chefia de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse a jornalistas após a reunião que o Brasil já estava arcando com custos significativos para sediar a COP30 e não poderia fornecer subsídios adicionais. O Brasil ofereceu aos países mais pobres quartos com teto em torno de US$ 200 por noite.
Representantes de países e funcionários da ONU devem se reunir novamente nesta semana para discutir a situação da hospedagem para a COP30.