Um relatório divulgado pela ONU na terça-feira (4) adverte que as emissões globais de carbono permanecem muito altas para impedir o aquecimento global.
Apesar de três décadas de negociações globais, os países não conseguirão impedir que o aquecimento ultrapasse 1,5 grau Celsius – a principal meta do Acordo de Paris, firmado há uma década.
Em vez disso, o mundo caminha para um aquecimento extremo de 2,3 a 2,5°C, afirmou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) na terça-feira (4).
“Falhamos. As temperaturas globais continuam subindo teimosamente, aproximando o mundo do que os cientistas temem ser uma catástrofe climática irreversível”, declarou o ministro do Meio Ambiente do Panamá, Juan Carlos Monterrey, à Reuters TV.
O alerta surge enquanto líderes mundiais se preparam para a COP30, que acontece de 10 a 21 de novembro no Brasil.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o fracasso em cumprir os acordos climáticos anteriores – incluindo o Protocolo de Kyoto e o financiamento climático prometido – é desmoralizante para todo o mundo.
O relatório de emissões da ONU observou que a trajetória atual de aquecimento global é apenas 0,3°C menor do que era um ano antes da COP29 em Baku, Azerbaijão – o que significa que os novos planos anunciados este ano pouco contribuíram para mudar esse cenário.
O Brasil vai propor a criação de um novo conselho ambiental global vinculado à ONU, com poderes para viajar e monitorar o progresso das promessas climáticas em todo o mundo.
A conferência será realizada na cidade de Belém, na floresta amazônica, com a participação de dezenas de grupos indígenas.
Mesmo assim, a capacidade limitada e os altos custos têm gerado dificuldades logísticas.
O mundo fez algum progresso em 30 anos de negociações climáticas. Há uma década, quando o Acordo de Paris foi assinado, o planeta estava a caminho de um aumento de temperatura de cerca de 4°C.