O comentarista Caio Coppolla e o advogado criminalista Guilherme Suguimori discutiram, nesta quinta-feira (4), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h), se a tentativa de tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) elegível terá sucesso.
A oposição na Câmara dos Deputados articula uma minuta de projeto de lei da anistia que permite que Bolsonaro dispute as próximas eleições e garante a anistia a partir de 14 de março de 2019 – data de início do inquérito das fakes news no STF (Supremo Tribunal Federal).
Coppolla avalia que a tentativa não terá sucesso.
“No Brasil, o poder não emana do povo, ele emana dos tribunais. Se o Brasil vivesse uma situação de normalidade democrática, Bolsonaro não estaria sendo processado pela tentativa não tentada de um crime imaginário, em um tribunal incompetente, por juízes suspeitos e impedidos”, disse.
“Em uma democracia plena, se alguém fosse injustamente processado, o Congresso teria o poder de anistiá-lo, juntamente com outros perseguidos políticos, como estabelecem as prerrogativas do texto constitucional”, continuou.
Suguimori também entende que a anistia não passará, mas por outras razões.
“A imagem do Bolsonaro e essa anistia focada na família Bolsonaro é tóxica. […] O Brasil sofreu ataques americanos e isso causou um sentimento de defesa da soberania que gerou uma pesquisa da Atlas/Intel onde, pela primeira vez no ano, o governo Lula teve mais aprovação do que reprovação”, afirmou.
“ É muito difícil aprovar uma anistia nesses termos contra alguém que está sendo abandonado pela população, pelos seus próprios comparsas, pelos colegas e pela opinião pública em geral”, concluiu.