O comentarista José Eduardo Cardozo e a economista Marina Helena discutiram, nesta terça-feira (15), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h), se a pena de 43 anos de prisão para o ex-presidente Jair Bolsonaro seria justa.
Cálculo leva em consideração as penas máximas dos crimes listados pela Procuradoria-Geral da República contra Bolsonaro.
Cardozo entende que Bolsonaro cometeu delitos indiscutíveis e precisa ser punido.
“Terá que ser feita uma quantificação da pena a partir do que está nos autos. E o que está nos autos indiscutivelmente é a comprovação absoluta do comportamento delituoso de Jair Bolsonaro”, defendeu.
“Ninguém está falando que Bolsonaro falou alguma coisa e está sendo punido por isso, não. Nós tivemos o quebra-quebra do dia 8, a intervenção dele em relação aos embaixadores, tudo isso conectado desde 2021 com um conjunto de atos que inclusive tem plano de assassinato de pessoas. Isso não é delito de opinião, é tentativa de golpe de Estado”, prosseguiu.
Marina avalia que nenhuma pena relativa ao caso seria justa.
“A gente sabe que desde o início isso não é um julgamento técnico e jurídico, é um julgamento político e ele tem um objetivo muito claro, que é a morte política de Jair Bolsonaro e de todos aqueles que o cercam”, afirmou.
“Infelizmente, a gente tem a condenação de milhares de pessoas, temos exilados políticos, temos os manifestantes do oito de janeiro, mas isso nunca se tratou de nenhum deles, mas sim de fazer o julgamento político para tirar Bolsonaro completamente do jogo político e não só ele. […] Todo esse julgamento se diz a delitos de opinião, diz respeito à liberdade de expressão que tem sido restrita”, continuou.
Em entrevista ao CNN Arena nesta terça-feira (15), Bolsonaro negou todas as acusações. Segundo o ex-presidente, o inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado é “sem cabimento” e representa uma perseguição política.
“A Polícia Federal coloca palavras na minha boca. É um processo que não tem cabimento. Não existe golpe nenhum”, afirmou Bolsonaro.