O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta terça-feira (16), que “o Estado não vai perder essa disputa contra o crime”, em referência à execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes, morto a tiros em Praia Grande.
Em coletiva de imprensa, Tarcísio disse que dois suspeitos já foram identificados e que há pedidos de prisão preventiva em andamento. Ele destacou que o crime está sendo tratado como prioridade máxima do governo e que será dada “resposta rápida e exemplar” à sociedade.
Força-tarefa e tecnologia de investigação
Segundo o governador, uma força-tarefa especial foi montada, sob a coordenação do delegado-geral da Polícia Civil, Arthur Dian, com atuação de equipes de inteligência e operações de rua. “Temos muito material coletado, fragmentos de DNA, impressões digitais e cruzamento de dados que vão nos levar a todos os responsáveis”, explicou.
Ele detalhou que, além dos bancos criminais, o governo está usando outros sistemas de identificação, como o banco de dados do TSE, para acelerar a investigação. “Já sabemos quem são dois dos envolvidos. Um deles tem reincidência criminal e já está com pedido de prisão preventiva autorizado”, afirmou.
Envolvimento de facções não está descartado
Tarcísio ressaltou que nenhuma hipótese será afastada. “Pode ter sido um crime de facção, pode não ter sido. Todas as possibilidades estão em análise. O que nós temos de concreto é que há reincidência criminal entre os identificados”, disse.
O governador reforçou que, independentemente da motivação, o crime não ficará sem resposta: “Nós vamos esclarecer os fatos, prender os responsáveis e mostrar que o Estado não se dobra. O criminoso não vai impor terror em São Paulo.”
Memória e proteção a autoridades que enfrentaram o crime organizado
Na coletiva, Tarcísio voltou a dizer que Ruy Ferraz Fontes não havia pedido proteção ao Estado, mas reconheceu que a execução levanta a necessidade de repensar a segurança de autoridades aposentadas que enfrentaram facções criminosas.
“Quem dedicou a vida inteira ao combate ao crime merece ter esse olhar do Estado. Muitas vezes o agente deixa o cargo, mas o risco permanece. Vamos estudar mecanismos para que esse amparo seja automático”, afirmou.
“Resposta é a melhor homenagem”
Ao encerrar a coletiva, o governador classificou a execução como um “crime bárbaro” e disse que a maior homenagem ao ex-delegado será a punição dos culpados. “A melhor homenagem é solucionar o caso, levar cada um dos criminosos à Justiça e mostrar que o Estado não transige, não recua e não vai perder essa disputa contra o crime.”