Nobel de Química 2025: cientistas recebem prêmio em cerimônia especial

Os cientistas Susumu Kitagawa, Richard Robson e Omar M. Yaghi receberam o Nobel de Química 2025 em uma cerimônia especial nesta quarta-feira (10). O prêmio foi concedido na Sala de Concertos, espaço em Estocolmo, na Suécia.

A honraria foi dada “para o desenvolvimento de estruturas metal-orgânicas”, uma nova forma de arquitetura molecular, construindo estruturas em que íons metálicos funcionam como pilares ligados por longas moléculas orgânicas (à base de carbono).

Juntos, os íons metálicos e as moléculas orgânicas são organizados para formar cristais com grandes cavidades, materiais porosos chamados de estruturas metal-orgânicas (MOF, na sigla em inglês). As MOFs podem ser usadas para capturar e armazenar substâncias específicas, conduzir reações químicas ou conduzir eletricidade.

As MOFs podem ser usadas para capturar e armazenar substâncias específicas, conduzir reações químicas ou conduzir eletricidade.

“Estruturas metal-orgânicas têm um potencial enorme, trazendo oportunidades nunca antes previstas para materiais feitos sob medida com novas funções”, disse Heiner Linke, presidente do Comitê Nobel de Química, em comunicado divulgado pela organização.

Entenda o experimento que recebeu o Nobel de Química em 2025

Em 1989, Richard Robson testou a utilização das propriedades inerentes dos átomos de uma nova maneira ao combinar íons de cobre com carga positiva a uma molécula de quatro braços. Juntos, esses elementos formaram um cristal bem organizado e espaçoso, como um diamante com inúmeras cavidades.

A construção feita por Robson tinha potencial, mas ainda era muito instável e colapsava facilmente.

Foram as descobertas de Susumu Kitagawa e Omar Yaghi, entre 1992 e 2003, que formaram uma base sólida para este método de construção molecular.

Separadamente, Kitagawa demonstrou que gases podem fluir para dentro e para fora das construções e previu que as MOFs poderiam ser flexíveis; enquanto Yaghi criou uma MOF muito estável e demonstrou que ela poderia ser modificada para assumir as propriedades desejáveis em cada ocasião.

Com a contribuição do trio de laureados, tornou-se possível construir dezenas de milhares de MOFs diferentes, que podem ser úteis de diversas formas.

As estruturas metal-orgânicas podem ser usadas para separar substâncias perfluoroalquiladas – também conhecidas como PFAS, substâncias químicas sintéticas que não se decompõem facilmente – da água potável, ou para levar à decomposição de traços de produtos farmacêuticos que contaminam o meio ambiente. Além de capturar dióxido de carbono ou coletar água no deserto.

*Com informações de Fernanda Pinotti, da CNN Brasil.

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