O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse no domingo (7) que a segunda fase de um plano dos EUA para encerrar a guerra em Gaza está próxima, mas alertou que várias questões-chave ainda precisam ser resolvidas, incluindo se uma força de segurança multinacional será enviada.
Netanyahu, falando a repórteres ao lado do chanceler alemão Friedrich Merz em Jerusalém, disse que teria discussões importantes com o presidente dos EUA, Donald Trump, no final do mês, sobre como garantir que a segunda fase do plano fosse concretizada.
O premiê afirmou que discutirá com Trump como pôr fim ao domínio do Hamas em Gaza.
O cessar-fogo entre Israel e o Hamas entra em seu segundo mês, embora ambos os lados tenham se acusado repetidamente de violar o acordo de trégua.
Netanyahu afirmou que era importante garantir que o Hamas não apenas respeitasse o cessar-fogo, mas também cumprisse “seu compromisso” com o plano de desarmamento e desmilitarização de Gaza.
Israel manteve o controle de 53% de Gaza na primeira fase do plano de Trump, que incluía a libertação de reféns mantidos por militantes em Gaza e de palestinos detidos por Israel.
O último refém a ser entregue é o de um policial israelense morto em 7 de outubro de 2023 em combate contra militantes de Gaza que haviam invadido Israel. “Vamos tirá-lo de lá”, disse Netanyahu.
Desde o início do cessar-fogo em outubro, o grupo militante restabeleceu-se no resto da Faixa de Gaza.
Recuo de Israel na segunda fase do plano
De acordo com o plano, Israel deverá recuar ainda mais na segunda fase, à medida que uma autoridade de transição for estabelecida em Gaza e uma força de segurança multinacional for mobilizada, o Hamas for desarmado e a reconstrução tiver início.
Um centro de coordenação multinacional foi estabelecido em Israel, mas não há prazos definidos no plano e as autoridades envolvidas afirmam que os esforços para avançá-lo estão paralisados.
“Qual será o cronograma? Quais são as forças envolvidas? Teremos forças internacionais? Se não, quais são as alternativas? Todos esses são tópicos que estão sendo discutidos”, disse Netanyahu, descrevendo-os como questões centrais.
Merz afirmou que a Alemanha estava disposta a ajudar na reconstrução de Gaza, mas aguardaria o encontro de Netanyahu com Trump e esclarecimentos sobre o que Washington estava preparado para fazer, antes de Berlim decidir qual seria sua contribuição, mas que a segunda fase “deve acontecer agora”.
Desde que o cessar-fogo entrou em vigor, Israel tem realizado repetidos ataques aéreos, alegando que estes visam repelir ataques ou destruir infraestruturas militantes.
O Ministério da Saúde de Gaza afirma que 373 palestinos foram mortos desde o início do cessar-fogo. Três soldados israelenses foram mortos por militantes.
Anexação da Cisjordânia continua em discussão
Netanyahu afirmou que também discutiria com Trump “oportunidades para a paz”, numa aparente referência aos esforços dos EUA para que Israel estabeleça laços formais com estados árabes e muçulmanos.
“Acreditamos que existe um caminho para avançar rumo a uma paz mais ampla com os estados árabes, e também um caminho para estabelecer uma paz viável com nossos vizinhos palestinos”, disse Netanyahu, afirmando que Israel sempre insistirá no controle de segurança da Cisjordânia.
Trump afirmou ter prometido aos líderes muçulmanos que Israel não anexaria a Cisjordânia ocupada, onde o governo de Netanyahu apoia o desenvolvimento de assentamentos judaicos.
A “questão da anexação política” da Cisjordânia continua sendo um tema de debate, disse Netanyahu.