O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, criticou a postura do Governo Federal em relação ao combate ao crime organizado, especialmente após as operações policiais realizadas no Rio de Janeiro. Em entrevista ao CNN 360°, Zema afirmou que “bandido que tem um arsenal de guerra, você não o combate levando diálogo, levando rosas”.
Segundo Zema, a atual administração federal está sendo “ingênua” ao romantizar o problema da segurança pública. O governador fez referência à operação do dia 28 de outubro, no Rio de Janeiro, que resultou na morte de quatro agentes de segurança.
Zema destacou que as comunidades são as principais vítimas do crime organizado, sendo forçadas a pagar valores extras por serviços básicos como energia elétrica, água, internet e até mesmo pelo uso de aplicativos. Comerciantes locais são obrigados a pagar mensalidades para continuar operando, caracterizando uma clara ocupação territorial por parte dos criminosos.
Proposta de mudança na legislação
Uma das principais sugestões apresentadas por Zema é a classificação das organizações criminosas como grupos terroristas. Segundo ele, esta mudança permitiria uma atuação mais efetiva das forças de segurança e facilitaria o combate internacional, especialmente no que diz respeito ao controle de recursos financeiros.
O governador mineiro também levantou suspeitas sobre possíveis beneficiários da atual situação dentro da estrutura estatal. “Deve ter gente hoje na estrutura do Estado se beneficiando da atuação desses grupos”, afirmou Zema, mencionando negócios ilícitos em áreas como combustível e contrabando de cigarro, que afetam mais de 30 milhões de brasileiros que vivem sob o domínio do crime organizado.