O cenário geopolítico global entrou em uma nova era nuclear, marcada pela intensificação do desenvolvimento de armamentos atômicos por diversas potências mundiais. Esta fase, iniciada com a guerra na Ucrânia em 2022, sucede um período de três décadas de regulação e redução de arsenais nucleares.
A história nuclear mundial pode ser dividida em diferentes períodos. O primeiro, de 1945 a 1960, iniciou-se com a criação da bomba atômica pelos Estados Unidos e seu uso em Hiroshima e Nagasaki, seguido pelo desenvolvimento do arsenal soviético em 1949. O segundo período, de 1960 a 1990, representou o auge da corrida nuclear durante a Guerra Fria, atingindo mais de 70.300 ogivas nucleares implantadas globalmente.
Desenvolvimento de Novos Armamentos
Atualmente, diversos países demonstram avanços significativos em tecnologia nuclear. A Rússia realiza testes abertos de novos vetores de entrega de armas nucleares, como o Burvestnik, um míssil de cruzeiro alimentado por energia nuclear, e o Poseidon, um drone submarino capaz de criar um tsunami radiativo. A China, por sua vez, conduz testes de mísseis balísticos intercontinentais, enquanto a Coreia do Norte apresenta o Huasong-18, míssil que alegadamente pode atingir qualquer local do planeta.
“Donald Trump quer fazer agora um ‘Golden Dome’, o Domo Dourado, para proteger os Estados Unidos de armas nucleares. Isso desequilibra a balança de poder, a China reclamou, a Rússia reclamou porque coloca os Estados Unidos em uma situação de não-paridade e faz com que outros atores tenham que se armar também. Então não há dúvidas de que estamos vivendo uma nova Era nuclear”, afirma Vitelio Brustolin, professor da UFF e pesquisador de Harvard.
Embora a tensão atual ainda não tenha atingido os níveis da crise dos mísseis de 1962, o cenário demonstra preocupante escalada nas relações internacionais, com potências recorrendo cada vez mais ao arsenal atômico como instrumento de mensagens políticas e estratégicas.
WW Especial
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