Na reta final da COP30, impasse sobre combustíveis fósseis divide blocos

As medidas para que ocorra uma transição gradual para o fim do uso dos combustíveis fósseis é o que mais tem causado impasse nas negociações da COP30. Em Belém, os países seguem reunidos com a possibilidade de que as discussões se estendam até a manhã deste sábado (22).

Conforme informou a CNN, uma plenária convocada para a manhã de sábado. No entanto, a possibilidade para um acordo durante a madrugada também existe.

De um lado, o grupo árabe, liderado pela Arábia Saudita, se opõe a acatar qualquer menção ao tema nas decisões. De outro, um grupo capitaneado por União Europeia e Colômbia, que defende que não é possível sair da COP30 sem uma definição sobre o tema.

O argumento dos árabes para barrar uma decisão sobre o tema é que qualquer menção aos combustíveis fósseis pode comprometer o desenvolvimento econômico de seus países, que são grandes exploradores de petróleo.

O impasse não se restringe a esse tema, outros três tópicos têm dificultado o consenso nas salas de negociação:

  • Lacuna de ambição das metas de emissão dos países (NDC, na sigla em inglês);
  • Medidas unilaterais de comércio;
  • Financiamento para adaptação climática.

Durante a manhã, a presidência da COP divulgou um novo rascunho da decisão final da conferência.

O texto retirou a proposta de criação de um plano de transição para a eliminação gradual do uso de combustíveis fósseis, aposta do Brasil para a conferência e que havia sido defendido por mais de 80 países, de acordo com o governo.

A retirada gerou uma série de críticas ao texto e uma piora nos debates. Durante a tarde, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, publicou uma declaração em nome de 40 países exigindo que a necessidade de diminuir o uso de combustíveis fósseis seja incluída no texto final.

O incêndio que atingiu a zona azul da Organização das Nações Unidas (ONU) na última quinta-feira (20) dificultou ainda mais o cronograma por ter paralisado as negociações por várias horas.

Na manhã desta sexta-feira, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, afirmou que o momento é de “realismo”.

“Como em toda COP, a questão de ambição é central e muito difícil. É natural que haja alguma frustração, mas acho que é o momento do realismo”, afirmou.

O comissário europeu para o Clima, Wopke Hoekstra, declarou inclusive que a COP30 poderia acabar sem acordo.

*com informações da Agência Estado.

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