As bebidas destiladas, como vodca, gin e cachaça, são as mais propensas à adulteração por metanol, devido a fatores técnicos e financeiros. A informação foi compartilhada por Ubiracir Lima, químico industrial e conselheiro do Conselho Federal de Química, em meio à atual crise de intoxicação por metanol no Brasil.
No caso da cerveja, a presença de metanol é mínima devido ao seu processo de fabricação. A bebida necessita de um polissacarídeo específico, a pectina, para gerar metanol durante a fermentação, resultando em quantidades muito pequenas, diferentemente do processo utilizado na produção de bebidas destiladas.
Identificação de bebidas adulteradas
Pesquisadores de diversas universidades brasileiras estão desenvolvendo e adaptando métodos químicos para detectar a presença de metanol em bebidas. Entre as iniciativas, destacam-se os testes colorimétricos, que permitem identificar a presença da substância por meio de reações químicas que produzem alterações de cor.
O método cromatográfico, considerado clássico e mais preciso, também é utilizado, embora seja mais complexo e demorado. Para o momento atual, os testes colorimétricos apresentam-se como alternativa mais prática, oferecendo resultados do tipo positivo ou negativo.
Prevenção e cuidados na compra
Para evitar o consumo de bebidas adulteradas, é fundamental desconfiar de preços muito abaixo da média do mercado. Além disso, é importante verificar o estado de conservação do produto, observando se há lacres rompidos ou outras alterações na embalagem.
Quanto ao tipo de embalagem, as latas apresentam um processo de fechamento mais sofisticado em comparação com as garrafas, o que pode dificultar eventuais adulterações. Garrafas podem ser mais suscetíveis a alterações devido à relativa simplicidade do processo de fechamento.