O mercado financeiro reagiu após os Estados Unidos aplicarem novas sanções às duas das maiores empresas petrolíferas da Rússia na quarta-feira (22). O preço do petróleo subiu mais de 5%, ultrapassando US$ 65 o barril, impulsionado pela decisão.
Às 9h25 (horário de Brasília), os futuros do petróleo Brent subiam 4,65%, para US$ 65,53 por barril. Já o petróleo West Texas Intermediate dos EUA avançava 5%, para US$ 61,49.
Segundo Sérgio Araujo, presidente da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a expectativa é que haja uma pequena queda ao longo desta quinta-feira (23), mas o preço do petróleo deve se manter alto.
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou as sanções contra as empresas Luccoil e Rosneft, apelando ao governo de Vladimir Putin para concordar com um cessar-fogo imediato.
A Rosneft e a Lukoil e quase três dúzias de suas subsidiárias foram atingidas pela decisão.
“O petróleo é um dos maiores itens de receita da Rússia. Tanto os Estados Unidos quanto os países da União Europeia tem interesse em evitar essa receita”, explica o presidente da Abicom.
Além das sanções às petrolíferas, 117 navios foram incluídos na lista de restrições, o que contribuiu para a alta dos preços do petróleo, segundo o especialista.
A expectativa é que o preço continue pressionado até um acordo para o fim do conflito entre Rússia e Ucrânia.
Para Marcela Kawauti economista-chefe da Lifetime Gestora de Recursos, as sanções ainda podem levar a uma escalada de tensões, afetando o conflito Rússia-Ucrânia e as relações comerciais. Além disso, as incertezas sobre o conflito comercial entre EUA e China também estão no radar.
“O que também levou a escalada de incertezas é a questão da China. O Trump e o Xi Jinping iam se encontrar no fim do mês. Depois disseram que não vão se encontrar. Agora existe inclusive a expectativa de sanções de exportações. Então a escalada de incertezas foi por conta desses dois vetores. Tanto a questão da Rússia quanto a questão da China”, explica.
O presidente da China, Xi Jiping, e Trump podem se reunir na Coreia do Sul na próxima semana, enquanto as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo persistem.
Wall Street e Ibovespa
Segundo Kawauti, a queda das bolsas nos Estados Unidos também se deu principalmente por conta da expectativa de petróleo mais alto. Wall Street fechou em baixa a quarta-feira (22), com todos os três principais índices de ações dos EUA ampliando suas perdas.
Segundo a especialista, o mercado continua a monitorar a situação e possíveis novas sanções, que podem aumentar as tensões globais.
O Dow Jones caiu 334,33 pontos, ou 0,71%, para 46.590,41, o S&P 500 perdeu 35,95 pontos, ou 0,53%, para 6.699,40 e o Nasdaq perdeu 213,27 pontos, ou 0,93%, para 22.740,40.
O Ibovespa, referência no mercado acionário, avançava nos primeiros negócios desta quinta, com a Petrobras entre as maiores altas, apoiada pelo salto dos preços do petróleo no exterior.
Às 10h26, o Ibovespa subia 1,01%, a 146.330,51 pontos. No mesmo horário, as ações da Petrobras subiam 2,51% e operam a R$ 30,60.