O maior narcotraficante do Equador, José Adolfo Macías, foi extraditado para os Estados Unidos depois de fugir da prisão e ser recapturado um mês depois.
Conhecido como “Fito”, Macías foi transferido no domingo (20) de uma prisão de segurança máxima na cidade portuária de Guayaquil para o aeroporto do local, onde foi entregue a autoridades americanas que chegaram mais cedo para realizar o processo de extradição, de acordo com autoridades.
Um avião do Departamento de Justiça dos EUA chegou a Guayaquil por volta das 12h45 (14:45 no horário de Brasília), e decolou com o criminoso depois das 14h, de acordo com a agência de aviação da cidade.
A emissora estatal TC Television informou que o avião chegou às 12h30 e decolou às 14h12.
Uma fotografia divulgada pelas autoridades prisionais no domingo mostrou Macias vestindo shorts, camiseta, capacete e colete à prova de balas enquanto era escoltado por vários agentes da Polícia Nacional fortemente armados.
Acusações de José Adolfo Macías
Desde 2020, o traficante lidera a poderosa organização criminosa Los Choneros, acusada pelos EUA de transportar e distribuir várias toneladas de cocaína do Equador para outros países.
Macías foi indiciado em um tribunal federal do Brooklyn em abril por sete acusações de tráfico de drogas e contrabando de armas.
Em janeiro de 2024, Macías escapou de uma prisão em Guayaquil, onde cumpria pena de 34 anos por homicídio e tráfico de drogas.
A fuga do narcotraficante resultou em uma série de revoltas no país, incluindo uma tomada de controle ao vivo por gangues que invadiram uma emissora de TV e mantiveram funcionários reféns.
Logo depois, o presidente Daniel Noboa declarou conflito armado interno e classificou Los Choneros e outros 21 grupos criminosos que operam no país como organizações terroristas.
Macías foi capturado no mês passado pelas autoridades, após mais de um ano escondido. As autoridades o encontraram em um bunker subterrâneo perto de uma mansão na província de Manabí. A casa era equipada com academia, paredes de mármore e sala de jogos, entre outras comodidades.
Em um documento judicial protocolado no Distrito Leste de Nova York no domingo (20), os promotores solicitaram a detenção de Macías até o julgamento, citando a ameaça que ele representa para o público e a probabilidade de fuga.
O mesmo documento afirmava que Macias foi extraditado para os EUA “com o único propósito de enfrentar um processo”.
O advogado de Macías no país americano, Alexei Schacht, disse à CNN que seu cliente comparecerá ao Tribunal Federal do Brooklyn nesta segunda-feira (21), sem especificar o horário da audiência.
Se condenado, Macías pode pegar uma pena mínima de 10 anos de prisão ou até prisão perpétua.