Durante uma ligação telefônica, o ditador Nicolás Maduro, disse ao presidente dos EUA, Donald Trump, que estava disposto a deixar a Venezuela, desde que ele e seus familiares recebessem “anistia legal e completa”, incluindo a remoção de todas as sanções americanas e o fim de um processo emblemático que ele enfrenta no Tribunal Penal Internacional (TPI), segundo agência de notícias Reuters.
Segundo duas fontes, Maduro pediu que a vice-presidente Delcy Rodríguez administrasse um governo interino até a realização de novas eleições.
Trump rejeitou a maioria dos pedidos de Maduro durante a ligação, que durou menos de 15 minutos, mas disse a ele que tinha uma semana para deixar a Venezuela e ir para o destino de sua escolha, acompanhado de seus familiares.
Essa passagem segura expirou na última sexta-feira (28), o que levou Trump a declarar no sábado que o espaço aéreo da Venezuela estava fechado, disseram duas das fontes.
O governo Trump afirmou que não reconhece Maduro, no poder desde 2013, como o presidente legítimo da Venezuela.
Ele reivindicou a vitória na reeleição no ano passado em uma votação nacional que os EUA e outros governos ocidentais consideraram fraudulenta e que, segundo observadores independentes, foi vencida de forma esmagadora pela oposição.
Não está claro se Maduro ainda pode apresentar uma nova proposta envolvendo um salvo-conduto. Trump realizou conversas na segunda-feira com seus principais assessores para discutir a campanha de pressão sobre a Venezuela, entre outros assuntos, disse um alto funcionário americano.
Ofensiva militar dos EUA
Nos últimos meses, os EUA intensificaram as operações contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas na costa da Venezuela.
Ao todo, 21 ataques foram lançados a barcos no Caribe e no Pacífico, matando 83 pessoas.
Washington já reuniu cerca de 15 mil militares na região, junto com mais de uma dúzia de navios de guerra.
A Reuters informou no sábado que os EUA estavam prestes a lançar uma nova fase de operações relacionadas à Venezuela nos próximos dias, citando quatro autoridades americanas.
Duas das autoridades disseram que operações secretas provavelmente serão a primeira parte da nova ação contra Maduro.
Maduro, no poder desde 2013, afirmou que Trump está tentando derrubá-lo e que os cidadãos venezuelanos e os militares resistirão a qualquer tentativa nesse sentido.