Maduro diz que investiga plano de ataque à embaixada dos EUA em Caracas

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na segunda-feira (6) que seu governo está em busca dos supostos responsáveis por planejar um alegado “ataque terrorista” contra a embaixada dos Estados Unidos em Caracas. Ele acrescentou que as informações foram repassadas ao governo Trump.

Sem apresentar provas, o líder chavista denunciou “a possibilidade de que um grupo terrorista, extremista e local colocasse uma carga explosiva” na sede diplomática, com base em informações de “duas fontes” do sistema de inteligência, segundo declarou em seu programa semanal “Con Maduro+”, transmitido pelo canal estatal VTV  (Venezolana de Televisión).

Caracas e Washington romperam relações formais em 2019 e, desde então, a embaixada dos EUA não conta com pessoal diplomático.

Nas últimas semanas, a tensão entre os dois governos tem aumentado continuamente, diante do envio de uma frota naval dos Estados Unidos ao Caribe. Essa escalada levou Maduro a enviar uma carta ao presidente Trump, convidando-o a abrir um diálogo de paz. A carta, no entanto, foi rejeitada pela Casa Branca, que a classificou como “cheia de mentiras”, segundo a porta-voz de Trump, Karoline Leavitt.

Questionado se acredita que se trata de uma operação que poderia justificar um ataque dos EUA à Venezuela, Maduro respondeu: “Com certeza. É uma típica operação de falsa bandeira, uma provocação para depois criar um escândalo e usar o poder da comunicação através das redes e da mídia para culpar o governo bolivariano e iniciar uma escalada de confrontos em que ninguém vai perguntar como foi feito, nem quem fez”.

Maduro afirmou que as autoridades estão à procura dos envolvidos, “que estão em território venezuelano”, e declarou que, durante a tarde, seu governo informou “oficialmente” a Washington os detalhes dos supostos planos.

“Os Estados Unidos têm as informações: nome e sobrenome, hora da reunião, o que foi conversado e onde foi conversado sobre esse atentado, que foi aprovado e solicitado por uma pessoa que, em breve, será conhecida”, disse, sem dar mais detalhes.

A CNN solicitou um posicionamento ao Departamento de Estado dos EUA sobre o assunto e aguarda resposta.

A Venezuela vem denunciando as “ameaças” que, segundo o governo, são representadas pelo envio de navios da Marinha dos Estados Unidos — pelo menos oito embarcações de guerra e um submarino de ataque rápido — próximos às suas costas, sob a justificativa de combate ao narcotráfico.

A tensão tem aumentado desde agosto, especialmente após pelo menos quatro ataques realizados pelos EUA contra embarcações que navegavam em águas internacionais do Caribe e que, segundo Washington, transportavam drogas nas proximidades do litoral venezuelano.

Maduro também afirmou, em seu programa semanal, que enviou uma carta ao papa Leão XIV pedindo que “ajude a Venezuela a preservar a paz e a estabilidade”.

*Jennifer Hansler, da CNN, colaborou com esta reportagem.

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