Em pronunciamento nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repetiu que pode recorrer tanto a recursos na Organização Mundial do Comércio (OMC) como ao uso da Lei de Reciprocidade para responder às tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Se necessário, usaremos todos os instrumentos legais para defender a nossa economia. Desde recursos à Organização Mundial do Comércio até à Lei da Reciprocidade, aprovada pelo Congresso Nacional”, declarou, nesta quinta-feira (17).
Mais cedo, em entrevista à CNN, Lula já falava que, “se não der negociação”, se podia “ter certeza” que o Brasil recorreria à OMC ou a ações de reciprocidade contra a política tarifária americana.
Na semana passada, em carta endereçada a Lula, Trump anunciou que os Estados Unidos imporiam tarifas de 50% sobre importações vindas do Brasil a partir de 1º de agosto.
Trump justificou o tarifaço com base na situação político-jurídica do aliado e ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL), nas medidas contra redes sociais e plataformas americanas no Brasil e em fatores econômicos envolvendo a balança comercial entre os países – ainda que dados oficiais apontem que, hoje, ela esteja mais favorável aos EUA.
Pouco antes do pronunciamento de Lula, em nova carta – desta vez, a Bolsonaro -, Trump repetiu a vinculação do tarifaço à situação política do aliado e da “liberdade de expressão” no Brasil.
“Tenho manifestado fortemente minha desaprovação, tanto publicamente quanto por meio de nossa política tarifária”, escreveu a Bolsonaro.
Esta semana, os EUA também anunciaram que abririam uma investigação sobre práticas comerciais do Brasil que estariam prejudicando empresas americanas.
O Pix é citado como um dos exemplos de práticas a serem investigadas. No pronunciamento, Lula saiu em defesa do sistema de pagamentos. “Não aceitaremos ataques ao Pix, que é um patrimônio do nosso povo“, declarou.