Lucro da MBRF tem queda de 62% no 3º trimestre, para R$ 94 milhões

A MBRF, empresa de alimentos formada pela fusão da Marfrig com a BRF, anunciou nesta segunda-feira (10) um lucro líquido de R$ 94 milhões no terceiro trimestre, queda de 62% na comparação com o mesmo período do ano passado, principalmente por um recuo da performance dos ativos herdados da BRF.

A BRF reunia os ativos que processam frangos e suínos, entre outros alimentos, e a operação sofreu no terceiro trimestre ainda alguns impactos relacionados ao caso de gripe aviária, registrado em maio no Brasil, que resultou em embargos de diversos países. A China, maior mercado, só veio a reabrir as exportações em novembro.

“Na comparação ano contra ano, o principal “driver” dessa queda do lucro líquido… foi a queda da performance operacional da BRF”, disse o diretor financeiro da MBRF, José Ignácio Scoseria Rey, a jornalistas.

Mas o diretor presidente, Miguel Gularte, ressaltou que o lucro líquido da companhia avançou 10% na comparação do terceiro trimestre com o segundo.

Apesar das restrições pela gripe aviária, no primeiro balanço após a criação da MBRF, a companhia atingiu seu maior volume histórico, “fortemente impulsionado pela excelência operacional e execução comercial”, afirmou a empresa.

O volume vendido da companhia, que também conta com operação de carne bovina nos Estados Unidos e na América do Sul, totalizou 2,1 milhão de toneladas no terceiro trimestre, aumento de 3,7% na comparação anual, com o mercado interno respondendo por 1,37 milhão (+4,9%) e o externo 732 mil toneladas (+1,7%).

No período, a MBRF teve receita líquida de R$ 41,8 bilhões, aumento de 9,2%, e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) ajustado de R$ 3,5 bilhões, uma queda de 8,6%, ainda que tenha atingido o maior patamar do ano.

“A redução no Ebitda é explicada pela performance da BRF que, em função dos bloqueios temporários para as exportações brasileiras de carne de frango como consequência da gripe aviária, apresentou uma compressão de 14,9% no Ebitda ajustado”, disse a empresa em relatório.

A margem Ebitda ajustada consolidada foi de 8,4%, 1,6 ponto percentual inferior ao mesmo período do ano passado.

Do total da receita líquida, a América do Norte — onde a empresa enfrenta desafios sobre uma baixa oferta de gado — representou 47%, seguido pela BRF (39%) e América do Sul (14%).

Em meio a um maior volume de vendas nas operações da América do Sul e BRF, o Custo de Produtos Vendidos da MBRF consolidado, foi de R$ 36,62 bilhões, um aumento de 11,2% em relação ao ano anterior.

Na operação da BRF, a empresa afirmou que registrou também o maior volume histórico de vendas de processados, “impulsionado pela consistência da execução comercial e melhoria contínua no nível de serviço logístico”. A base de clientes atendidos cresceu 5% na comparação anual, atingindo 340 mil no período.

Apesar das restrições pela gripe aviária, a companhia disse que na exportação de carne de frango conquistou 16 novas habilitações no trimestre, totalizando 214 desde 2022.

Na operação da América do Norte, o volume vendido caiu 6,3% em relação ao terceiro trimestre do ano passado, para 476 mil toneladas. “A queda está em linha com a redução no abate no âmbito nacional em função da redução no rebanho bovino norte-americano”, afirmou a companhia.

AUMENTO DA DÍVIDA

A dívida líquida consolidada de fechamento do terceiro trimestre foi R$ 41,35 bilhões, um aumento de 10% quando comparada ao trimestre anterior, disse a empresa, citando efeitos como o aumento de participação no capital da BRF — um montante de R$ 412,5 milhões, além de R$ 198,5 milhões referente ao pagamento do direito de recesso no processo da incorporação.

A empresa observou, neste contexto, a distribuição de R$ 3,85 bilhões em proventos no período.

O índice de alavancagem medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado subiu para 3,31 vezes, ante 2,92 vezes no mesmo período do ano passado.

FONTE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *