Justiça de Honduras emite mandado de prisão contra ex-presidente

A Procuradoria-Geral de Honduras emitiu um mandato de prisão internacional contra o ex-presidente Juan Orlando Hernández nesta segunda-feira (8), após ele ter sido liberado da detenção nos Estados Unidos, onde cumpria uma sentença de 45 anos de prisão por tráfico de drogas e acusações de arma de fogo.

“Informo ao povo hondurenho que instruí a ATIC (Agência Técnica de Investigação Criminal) e também exorto as agências de segurança do Estado e nossos aliados internacionais, como a INTERPOL, a executarem o mandado de prisão internacional contra o ex-presidente Juan Orlando Hernández, acusado dos crimes de lavagem de dinheiro e fraude”, disse o procurador-geral de Honduras, Johel Zelaya em uma publicação no X.

Hernández foi libertado após receber um perdão do presidente dos EUA, Donald Trump.

A libertação ocorreu dias após a eleição presidencial em Honduras, na qual Trump apoiou o candidato conservador Nasry Asfura, do Partido Nacional, que está enfrentando o liberal Salvador Nasralla.

Segundo Zelaya, a medida insere-se no âmbito do chamado “caso Pandora II”, em que Hernández é acusado de lavagem de dinheiro e fraude.

Pouco antes das eleições presidenciais hondurenhas, Trump argumentou que a condenação “foi uma armação da administração Biden”.

Hernández, por seu lado, rejeitou as acusações contra si e afirma que “um sistema politizado se recusou a reconhecer a verdade”.

Após sua libertação, Hernández agradeceu a Trump e prometeu ao povo de Honduras continuar defendendo “tudo o que construímos juntos”, sem especificar se retornaria ao país.

Ana García de Hernández, esposa do ex-presidente, afirmou em entrevista à CNN que seu marido enfrenta “muitos riscos” caso retorne ao país após ser libertado.

Além disso, ela afirmou que o atual clima político em Honduras também não oferece garantias para a segurança de seu marido. Ela assegurou que, enquanto o partido Libre permanecer no poder — até janeiro do ano que vem —, seu marido não terá sequer a proteção mínima.

Antes de anunciar o indulto para Hernández, Trump expressou seu apoio ao candidato presidencial do Partido Nacionalista de Honduras, Nasry ‘Tito’ Asfura, para quem pediu o voto dos hondurenhos.

Nesta segunda-feira (8), Asfura liderava a lenta contagem de votos com 40,52%, pouco mais de 42.000 votos à frente do candidato do Partido Liberal, Salvador Nasralla (39,18%), após a retomada da apuração no domingo para as eleições realizadas em 30 de novembro em Honduras.

Rixi Moncada, do partido governista, permanece em terceiro lugar com 19,32%, com 97,45% dos votos apurados.

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