Na sexta-feira (12), Israel rejeitou a votação esmagadora da Assembleia Geral das Nações Unidas a favor de uma declaração que descreve etapas rumo a uma solução de dois Estados entre Israel e os palestinos.
“Mais uma vez, ficou provado o quanto a Assembleia Geral é um circo político desconectado da realidade: nas dezenas de cláusulas da declaração aprovada por esta resolução, não há uma única menção de que o Hamas é uma organização terrorista”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Oren Marmorstein, em uma publicação na rede X nesta sexta-feira.
Votação por ampla maioria
A Assembleia Geral das Nações Unidas votou na sexta-feira, por ampla maioria, a favor de uma declaração que estabelece “passos concretos, com prazos definidos e irreversíveis” rumo a uma solução de dois Estados entre Israel e os palestinos, antes de uma reunião de líderes mundiais.
A declaração de sete páginas é resultado de uma conferência internacional realizada na ONU em julho — organizada pela Arábia Saudita e pela França — sobre o conflito de décadas. Os Estados Unidos e Israel boicotaram o evento.
A resolução que endossa a declaração recebeu 142 votos a favor, 10 contra e 12 abstenções.
A votação ocorre antes de uma reunião de líderes mundiais no dia 22 de setembro — paralelamente à Assembleia Geral da ONU em nível elevado — onde Reino Unido, França, Canadá, Austrália e Bélgica devem reconhecer formalmente o Estado palestino.
A declaração apoiada pela Assembleia Geral, que conta com 193 membros, condena os ataques contra Israel pelos militantes palestinos do Hamas em 7 de outubro de 2023, que desencadearam a guerra em Gaza.
Ela também condena os ataques de Israel contra civis e infraestrutura civil em Gaza, o cerco e a fome, “que resultaram em uma devastadora catástrofe humanitária e crise de proteção.”