Israel aprovou definitivamente a construção de 764 unidades habitacionais em três assentamentos na Cisjordânia ocupada, anunciou nesta quarta-feira (10) o ministro das Finanças Bezalel Smotrich.
A Autoridade Palestina condenou a medida por considerá-la prejudicial aos esforços de paz na região. A Cisjordânia é reivindicada pelos palestinos como território para um futuro Estado.
Smotrich, um ultranacionalista que se opõe à criação de um Estado palestino, afirmou que, desde o início de seu mandato, no final de 2022, cerca de 51.370 unidades habitacionais foram aprovadas pelo Conselho Superior de Planejamento do governo na Cisjordânia.
A agência de notícias estatal palestina WAFA informou que a Autoridade Palestina pediu ao governo dos Estados Unidos que pressione Israel em relação às suas políticas de assentamentos.
O porta-voz da instituição, Nabil Abu Rudeineh, disse que a Casa Branca deve pressionar Israel a “reverter suas políticas de assentamentos, tentativas de anexação e expansão, e o roubo de terras palestinas, e obrigá-los a respeitar a legitimidade e o direito internacional”.
As unidades serão distribuídas entre Hashmonaim, logo após a Linha Verde, no centro de Israel, e Givat Zeev e Beitar Illit, perto de Jerusalém.
A maioria das potências mundiais considera os assentamentos israelenses — em terras conquistadas na guerra de 1967 — ilegais, e diversas resoluções do Conselho de Segurança da ONU pediram a Israel que interrompa todas as atividades de assentamento.
“Para nós, todos os assentamentos são ilegais… e contrários a todas as resoluções de legitimidade internacional”, disse Wasel Abu Yousef, integrante do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina, à Reuters.
Israel afirma que os assentamentos são cruciais para sua segurança e cita conexões bíblicas, históricas e políticas com o território.
Os ataques de colonos israelenses contra palestinos têm aumentado. Pelo menos 264 ataques contra palestinos na Cisjordânia foram relatados em outubro, o maior número mensal desde que autoridades da ONU começaram a monitorar esses casos em 2006.