Kilmar Abrego Garcia, que foi indevidamente deportado para El Salvador pelo governo Trump, renovou seu pedido de asilo nos Estados Unidos na segunda-feira (25), enquanto os esforços da Casa Branca para deportá-lo para Uganda se intensificam.
No entanto, o pedido pode ter o impacto de atrasar ainda mais uma potencial deportação pelo governo.
Caso um juiz de imigração decida o pedido para rever seus pedidos de asilo, as autoridades seriam impedidas, por lei federal, de retirá-lo dos EUA enquanto aguardam a resolução de seu novo pedido de asilo.
Advogados do Departamento de Justiça reconheceram separadamente, em documentos judiciais, que deixariam o pedido de asilo tramitar antes de prosseguirem com a deportação.
Além disso, as autoridades americanas já estão impedidas de deportá-lo por enquanto, devido a outras ordens judiciais.
“Se o pedido for aceito, significa que houve uma mudança radical. Estamos literalmente em um oceano diferente”, disse uma fonte familiarizada com o caso de Abrego Garcia à CNN.
Abrego Garcia, que fugiu de El Salvador anos atrás para escapar da violência de gangues, pediu asilo nos EUA pela primeira vez em 2019.
Mas um juiz de imigração negou o pedido naquele ano, decidindo que, como ele não o havia feito dentro de 12 meses após sua entrada nos EUA em 2012, o pedido não poderia ser concedido.
Mas o juiz concedeu o que é conhecido como suspensão de deportação, que visava proibir as autoridades de deportá-lo de volta para El Salvador. Essa ordem foi violada no início deste ano quando Abrego Garcia, a quem autoridades do governo Trump acusaram de ser membro da gangue MS-13, foi enviado por autoridades americanas para uma megaprisão em El Salvador, onde seus advogados afirmam que ele foi torturado.
Ele foi trazido de volta aos EUA em junho para enfrentar acusações federais de tráfico de pessoas, e o governo Trump afirmou nos últimos dias que quer deportá-lo novamente, desta vez para um terceiro país, como Uganda.
Esses planos levaram a uma nova ação judicial de Abrego Garcia, com o objetivo de desacelerar os esforços do governo e garantir que seus direitos ao devido processo legal não sejam violados novamente pelas autoridades de imigração.
Uma audiência de agendamento nesse caso está marcada para quarta-feira (27).